Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Mesmo em ano de pressão, exportação de carne suína cresce

Rabobank prevê alta de 4% na produção brasileira e de 5% nas vendas externas

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Em um ano em que as incertezas sobre o mercado mundial continuam, o Brasil deverá obter novo recorde na produção e nas exportações de carne suína.

A produção brasileira deverá aumentar de 3% a 4% sobre 2023, e as exportações poderão superar de 3% a 5% o volume de 1,2 milhão de toneladas de 2023.

Os sinais que vieram do primeiro mês foram positivos, uma vez que os embarques continuaram. As estimativas são do Rabobank, banco especializado em agronegócio, que prevê, no entanto, mais um ano de pressões sobre o mercado.

A produção mundial, segundo o banco, será menor em 2024, uma vez que haverá uma redução do rebanho de fêmeas nos principais mercados mundiais.

Cortes suínos em unidade da Alegra - Divulgação

China, Estados Unidos e Europa, que já estavam com rebanhos menores no final de 2023, vão sofrer quedas de produção, com extensões diversas em cada país, segundo o banco.

O mercado de suinocultura, que passou por uma série de desafios nos anos recentes, continuará sofrendo os efeitos de doenças, que reduzem a produção e geram margens de lucro negativas, excesso de oferta e demanda fraca.

Um ponto positivo é que a produtividade do setor continua crescendo. Avanços da genética, melhor gestão da produção e redução dos custos, devido à queda nos preços de milho e de soja, são pontos fundamentais para essa aceleração, segundo o Rabobank.

A continuidade da queda nos custos da ração vai depender do desempenho das safras agrícolas, afetadas em muitas regiões pelo clima.

O Brasil é um ponto de incerteza. O El Niño reduz a produção de soja, e os produtores ainda estão incertos sobre o plantio do milho, que ocorre após a colheita da oleaginosa. Milho e soja são importantes componentes da ração para os porcos.

O consumo mundial de carne suína terá uma leve melhora neste ano devido aos preços menores. Há também um alívio nas taxas de inflação e uma recuperação econômica em algumas regiões do mundo, afirma o relatório.

Cada mercado, no entanto, terá seus desafios para vencer. Em várias regiões a peste suína africana continua afetando os rebanhos, além de demanda fraca e estoques vindos do ano passado.

Já a Europa terá desafios ainda maiores, uma vez que, além da retração na demanda e recuo nos preços, passa por dificuldades nas exportações pelo mar Vermelho e canal de Suez. O trajeto fica mais longo e eleva os custos.

Plantação de milho em Sertaneja, norte do Paraná - Mauro Zafalon/Folhapress

A China, principal destino das exportações brasileiras, importará menos neste primeiro trimestre. Os estoques do país estão elevados, na avaliação do banco.

SOJICULTOR TEM 17º ANO DE RENDA POSITIVA

Os resultados de 2023 foram modestos para os produtores de soja em relação aos de 2022, mas ainda apontaram renda positiva média. É o 17º ano seguido.

A informação é da Datagro Grãos, que levou em consideração os preços médios praticados, a lucratividade bruta e a rentabilidade da soja, os três principais indicadores da saúde financeira dos agricultores. Apenas a lucratividade registrou desempenho positivo, segundo a consultoria.

Para Flávio Roberto de França Junior, economista da Datagro, o clima foi favorável em 2023, o que resultou em uma produtividade recorde, compensando a elevação dos custos e o recuo nos preços.

O ganho de renda dos produtores foi afetado muito pelos preços baixos. Os melhores meses de venda ocorreram de janeiro a março de 2023, segundo o economista.

A lucratividade bruta, que mede a relação entre a receita média obtida e o custo de produção unitário, apresentou resultados positivos, embora inferiores aos de 2022.

A rentabilidade, acompanhamento da variação mensal acumulada do preço, descontada a taxa de inflação, foi negativa em termos nominais. Descontada a inflação, registrou perdas reais, comenta França.

Para este ano, as perspectivas indicam um cenário ainda mais apertado. Com custos menores, mas preços maiores, a variável que determinará se o produtor vai conseguir o 18° ano de renda positiva será a produtividade. Os acompanhamentos de safra indicam que ela é bastante heterogênea nas diversas regiões produtoras.

Colheita A produção de soja será de 155 milhões de toneladas em 2023/24, segundo a Agrifatto. Desse volume, 22 milhões já foram colhidos.

Plantio Segundo a consultoria, o plantio de milho da segunda safra será de 16,4 milhões de hectares. As máquinas já percorreram e semearam o cereal em 3,3 milhões de hectares dessa área prevista.

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