Seguindo a tendência dos países da Europa, o azeite de oliva iniciou 2024 com uma disparada de preços no Brasil. Neste mês, a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) já aponta alta parcial de 3,5% no acumulado de 30 dias terminados no último dia 21.
Os dados finais de fevereiro deverão indicar uma aceleração ainda maior. O azeite de oliva já vem onerando o bolso dos consumidores brasileiros desde o ano passado, acumulando 43% de aumento nos últimos 12 meses.
O Brasil é um dos principais importadores de azeite do mundo, e os preços elevados estão diminuindo a participação do país nesse mercado, que tem os europeus como os principais fornecedores mundiais.
Em 2023, as importações brasileiras recuaram para 80 mil toneladas, o menor volume em cinco anos. Em 2022, o país havia importado 110 mil toneladas.
Esse cenário ocorre porque os europeus estão produzindo menos e exportando inflação para os importadores. A produção mundial de azeite de oliva, que era de 3,3 milhões de toneladas na safra 2021/22, deve fechar 2023/24 em apenas 2,3 milhões.
Com isso, as exportações da União Europeia caíram de 919 mil toneladas, em 2021, para 725 mil no ano passado. Em algumas regiões, o quilo do azeite chegou a superar 8 euros, 80% a mais do que há um ano.
A alta nos preços do produto na Europa onera muito o brasileiro. Dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) mostram que as importações brasileiras no primeiro mês deste ano foram feitas a US$ 9,7 por quilo, em média, 143% a mais do que em janeiro de 2020.
O preço do azeite tem representado ônus também para os europeus. Segundo acompanhamento do Eurostat, o produto teve uma deflação de 3,7% em 2021, mas acumulou alta de 49,6% em 2023.
Os principais fornecedores para o Brasil são Portugal, Espanha e Argentina. Do total importado pelos brasileiros no ano passado, os portugueses forneceram 58%; os espanhóis, 16%, e os argentinos, 10%.
O volume vindo de Portugal em 2023, no entanto, teve queda de 26%, em relação ao de 2022. Os espanhóis forneceram 34% a menos, e os argentinos, 37%, segundo a Secex.
A redução de oferta e os preços elevados vão continuar. Os desajustes climáticos dos últimos anos provocaram queda na produção de azeitonas e perda na qualidade do produto.
Leite Os preços pagos aos produtores voltaram a subir pelo terceiro mês seguido. Em janeiro foram a R$ 2,1347 na média Brasil. A alta foi de 4,5% sobre dezembro, mas os valores atuais ainda estão 23,3% inferiores aos de igual período de 2023, descontada a inflação.
Menos oferta A alta ocorre devido à redução na captação de leite no país. De novembro a janeiro, a retração foi de 4,1% no volume, segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). Com menos leite, há uma disputada entre os laticínios pelo produto e uma consequente alta dos preços.
Dobradinha Dados da Abras (Associação Brasileira de Supermercados) mostraram, nesta quinta-feira (29), que arroz e feijão continuam sendo as maiores pressões no custo da cesta básica. No mês passado, o feijão subiu 9,7%, e o arroz, 6,4%.
De volta às origens Um produto de origem nos Estados Unidos, a noz-pecã se desenvolveu bem no Brasil, e o país, o quarto maior produtor mundial, começa a enviar a fruta para a América do Norte.
Qualidade Edson Ortiz, diretor-presidente da Divinut, diz que o país está apto a atender todos os mercados importadores, devido à qualidade do produto. Após embarque de 24 toneladas para o Canadá, a empresa já tem a aprovação do FDA (órgão que rege a comercialização de alimentos e de medicamentos) para colocar o produto em solo americano.
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