Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Vaivém das Commodities
Descrição de chapéu alimentação

Brasileiro deve consumir, em média, 103 kg de carne neste ano

Produção sobe, e consumidor terá 21 milhões de toneladas de carne à disposição

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O consumo brasileiro per capita de carnes poderá chegar a 103 kg neste ano, somando as proteínas de frango, bovina e suína. O volume é recorde e supera em 2,2% o do ano passado.

Os dados são da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), que prevê produção nacional de 30,8 milhões de toneladas dessas três proteínas, 3,5% a mais do que no ano passado.

O recorde nacional de produção permitirá uma expansão das exportações para 9,7 milhões de toneladas, mas também deixará mais produto no mercado interno. Serão 21,1 milhões à disposição dos consumidores brasileiros.

A imagem mostra um mercado de carnes com um balcão refrigerado cheio de diferentes tipos de carne. Duas pessoas estão de costas, observando as opções disponíveis. Ao fundo, há funcionários do mercado, vestidos com aventais brancos, que estão atendendo outros clientes. O ambiente é bem iluminado e organizado.
Movimento no mercado municipal da Cantareira, no centro da capital paulista - Rubens Cavallari/Folhapress

O principal destaque de produção é o da carne bovina, que, ao atingir um volume previsto de 10,2 milhões de toneladas neste ano, aumentará 7,1% sobre 2023. Nos cálculos da Conab, as exportações de carne bovina poderão crescer 13,4% em 2024, para 3,4 milhões de toneladas.

A suinocultura mantém o ritmo de crescimento dos últimos anos e colocará 5,4 milhões de toneladas no mercado, 1,9% a mais do que em 2023. O mercado externo continua favorável ao Brasil, e a estimativa de exportação é de 1,2 milhão de toneladas, 2,3% acima do volume atingido no ano passado.

A avicultura tem ritmo menor do que o das demais, segundo as previsões da Conab. Serão produzidos 15,2 milhões de toneladas, 1,7% a mais, e exportados 5,1 milhões, 0,9% superior ao volume do ano passado.

Os números do setor de carnes no primeiro semestre indicam o bom desempenho de produção, mas os preços internacionais ficam abaixo do que os produtores gostariam.

A suinocultura é um exemplo. As vendas externas de carne suína tiveram o melhor semestre da história, atingindo 614 mil toneladas, uma alta de 4,1%. As receitas, no entanto, recuaram para US$ 1,3 bilhão, 8% a menos do que em igual período de 2023, segundo dados da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal).

O frango, conforme os dados já consolidados da mesma associação, teve o desempenho mais fraco entre as proteínas neste ano. O volume exportado caiu 1,6%, para 2,6 milhões de toneladas, e as receitas recuaram para US$ 4,6 bilhões, 10% a menos.

A carne de frango continua sendo a mais consumida pelos brasileiros. Neste ano, serão 49,3 kg por pessoa, em média. O volume mostra uma recuperação em relação a 2023, mas ainda está abaixo dos de 2020 a 2022.

O consumo per capita de carne bovina sobe para 33,3 kg, o maior volume desde 2018, e o de carne suína atinge o recorde de 20,4 kg por pessoa, conforme previsões da Conab.

CRISE ARGENTINA AFETA SETOR DE LEITE

A crise econômica na Argentina afeta os laticínios do país, que passam por intensos desafios neste ano. A combinação de inflação sobre os insumos domésticos e as intervenções do governo impactam a produção e o consumo interno.

O aumento dos encargos financeiros altera o quadro do setor, que teve redução de 13% na produção do primeiro semestre deste ano, em relação a igual período do ano passado, segundo o Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

O órgão americano prevê que a produção do país, após ter atingido 11,7 milhões de toneladas em 2023, recue 7% em 2024.

A desvalorização da moeda, porém, dá maior competitividade ao produto argentino no mercado externo. No primeiro semestre, as exportações de lácteos aumentaram 10%, em relação às do mesmo período de 2023.

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