Está começando uma semana super importante no cenário do futebol e no contexto político-social. Primeiro vou falar da bola: na terça (9) e quarta (10) os brasileiros irão disputar vagas para a semifinal da Libertadores.
Temos o Flamengo, que, depois dos 2 a 0 na Neo Química Arena, é franco favorito contra o Corinthians no Maracanã.
A diferença técnica entre os times é enorme, como mostrou o jogo de ida. E continua muito grande no rendimento atual das equipes.
No último sábado, o time do Vítor Pereira jogou mal novamente e empatou por 1 a 1 com o Avaí, em Floripa, enquanto o time do Dorival venceu o São Paulo, do Rogério, por 2 a 0, em Sampa.
Agora o Flamengo está colado no Corinthians, em terceiro, no Brasileirão, com apenas três pontos de desvantagem.
O Flamengo é o time que melhor joga bola neste momento, mas, para conquistar o título nacional, não pode perder e precisa torcer por tropeços do Palmeiras.
Vale dizer que o time de Abel Ferreira terá um confronto muito difícil com o de Cuca, no Allianz Parque.
Emocionalmente, e por jogar em casa, o Verdão é o favorito, mas o rendimento no Mineirão foi preocupante.
O time foi totalmente dominado pelo Galo, que só cedeu o empate por ter se abatido demais quando sofreu o primeiro gol, mas jogou muito melhor.
Os treinadores vão ter que tentar equilibrar essa história.
O Abel precisa fazer o seu time jogar bem e ser dominante, como tem acontecido na maioria das vezes.
Já o Cuca precisa recuperar o emocional do seu time, e não poderá se abater em nenhum momento e em nenhuma situação que aconteça nesse jogo.
Temos aí um confronto muito interessante.
Bom, mudando da bola para a carta de quinta-feira (11), quando o manifesto pela Democracia e Estado de Direito será lido na Faculdade de Direito da USP: o documento para as brasileiras e brasileiros me deixou muito entusiasmado.
Confesso que estou com sentimentos e sensações ambíguas.
Uma parte de mim está super emocionada, empolgada com a mobilização acelerada que essa carta causou, ultrapassando a marca de 700 mil assinaturas em ritmo muito rápido.
Isso mostra como estamos prontos para defender a nossa democracia com movimentos pacíficos, mas seguros do que queremos. Guardadas as limitações de espaço, tenho a expectativa de repetir o Vale do Anhangabaú do comício de abril de 1984 pelas Direta Já.
E posso falar com propriedade sobre aquele momento histórico porque participei dele junto com os meus companheiros da Democracia Corinthiana, Magrão, Wladimir, Juninho e Adilson Monteiro Alves, o tempo todo, testemunhando do palanque um mar de pessoas gritando pelo direito de votar para presidente.
Foi nesse dia que meu amigo, parceiro e (por que não?) amor, Magrão, o Sócrates, gritou: "Se a emenda Dante de Oliveira passar, eu não vou embora do nosso país". Àquela altura, ele já era aguardado na Itália pelo Fiorentina.
Isso me arrepia só de lembrar e escrever o texto. O resto da história, todos sabem como foi.
Uma outra parte de mim é indignada e revoltada porque depois da queda da ditadura e a volta da nossa democracia, jamais imaginei que no século 21, precisamente no ano de 2022, tivéssemos que novamente nos unir para defendê-la contra um covarde, perverso, mentiroso e sua turma.
Não fui ingênuo de pensar que viveríamos felizes para sempre, mas contava apenas com outros tipos de problemas.
Inflação, pobreza, desmatamento, violência sempre existiram, porém nunca nessa proporção. E tinha certeza de que iríamos lutar contra tudo isso, mas não para defender a nossa democracia.
Ainda bem que a minha parte entusiasmada é muito maior, como também é maior o número de pessoas dispostas a sair na rua para defender a nossa liberdade e quebrar todas as mentiras e hipocrisias desse governo.
Para terminar, quero mostrar uma grande mentira e contradição desse presidente: ele diz que quer defender a democracia e a liberdade, mas ataca quem assinou essa carta, chamando a gente de cara de pau e mau caráter.
Só que aprendi pela psicologia que, nesse caso, há uma identificação dele quando se olha no espelho, por encontrar ali tanto o mau caráter e o cara de pau que é exatamente ele próprio, o Presidente da República.
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