Walter Casagrande Jr.

Comentarista e ex-jogador. É autor, com Gilvan Ribeiro, de "Casagrande e seus Demônios", "Sócrates e Casagrande - Uma História de Amor" e "Travessia"

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Walter Casagrande Jr.
Descrição de chapéu Libertadores

Palmeiras mostra força mental, Galo se abate e Flamengo volta com tudo

Jogos da Libertadores mostraram em que patamar estão os três clubes mais badalados do país

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Esta semana foi muito esclarecedora para o futebol brasileiro. Por meio da Libertadores, conseguimos enxergar melhor o potencial de alguns times, principalmente os três considerados como os melhores elencos.

O Flamengo, desde a chegada do Dorival Júnior, mudou completamente o seu nível técnico, tático e motivacional. É evidente o ótimo trabalho que ele vem fazendo em todos os sentidos, mais precisamente no campo psicológico.

David Luiz sobe para cabecear bola no confronto do Flamengo contra o Corinthians, pela Libertadores
David Luiz sobe para cabecear bola no confronto do Flamengo contra o Corinthians, pela Libertadores - Danilo Verpa-2.ago.22/Folhapress

A confiança é outra, o ambiente mudou, a alegria dos jogadores para entrar em campo voltou com força, e isso, para uma equipe de futebol, é imprescindível.

Ficou claro que ninguém estava mais a fim de jogar com o Paulo Sousa, mas estão a fim de jogar para o Dorival. Sem contar que ele foi o único treinador que chegou à Gávea e colocou Pedro e Gabriel juntos por convicção, não por cobrança.

O Flamengo voltou. Acho ainda difícil lutar pelo título brasileiro e terá dificuldades na Copa do Brasil, em Curitiba, contra o Athletico Paranaense, mas na Libertadores, depois de vencer o Corinthians na Neo Química Arena por 2 a 0, e do jeito que foi, só um desastre tira o Flamengo das semifinais.

Agora vamos para o outro favorito, que é o timaço do Abel Ferreira. Uma "equipa" consistente, com um poder de reação fantástico e com jogadores supertalentosos.

Diferentemente do Flamengo, o Palmeiras já mostra um lado lado psicológico forte faz tempo. Mas nesta quarta (3), no Mineirão, alcançou seu ápice no jogo cerebral.

O time foi praticamente dominado na maior parte do jogo. Tomou um gol aos 45 do primeiro tempo e outro aos 2 minutos do segundo.

E o Galo continuou indo para cima e perdeu diversas chances de gol, inclusive antes de Hulk abrir o placar de pênalti.

Tenho certeza de que todos pensaram que o Palmeiras tomaria uma goleada –inclusive eu–, mas, de uma hora para outra, o time reagiu de forma incrível, mostrando que, mesmo estando "nas cordas", não tinha se abatido.

No Brasileiro, acho que será o campeão, porque será difícil perder três jogos seguidos –e os de trás ganharem sempre para ultrapassar o Verdão na ponta da tabela.

Na Libertadores, terá um jogo de volta difícil contra o Atlético-MG, que virá mordido, mas talvez cabisbaixo, enquanto o Palmeiras estará superfocado, como sempre, e muito motivado para tentar o tri seguido. A torcida palmeirense lotará o Allianz Parque, confiante, assim como fez a torcida do Galo no meio da semana.

Mas, passando pelo Galo, não vejo o time do Abel como grande favorito porque estará dividindo esse favoritismo com Flamengo, Athletico Paranaense e Estudiantes.

Atlético-MG

No começo do ano, o time mineiro era apontado como um dos favoritos em todos os campeonatos, mas, neste momento, está numa fase horrível. É o sétimo no Brasileiro, dez pontos atrás do líder Palmeiras. Já foi eliminado da Copa do Brasil pelo Flamengo e vai decidir a classificação na Libertadores fora de casa, simplesmente contra o próprio –bicampeão– Palmeiras.

Teve tudo para garantir a vaga em Minas, mas fraquejou e mostrou muito abatimento depois de tomar o primeiro gol, mesmo jogando muito melhor.

Hulk, seu principal jogador, não está bem. Só reclama da arbitragem, acha que sofre faltas a toda hora e que quer chutar de todo lado, mesmo com um companheiro mais bem colocado.

Se o Galo for eliminado, esta será uma temporada trágica, e o grupo não vem demonstrando nada para que se acredite na sua recuperação no curto prazo.

Cuca terá um trabalho muito difícil pela frente.

Iria falar só dos três considerados melhores, mas não podia deixar de citar o Corinthians. É uma equipe muito frágil. A segunda colocação no Campeonato Brasileiro não corresponde ao futebol apresentado.

Há muitos jogadores se machucando a toda hora, e não há um elenco forte. Quando sai um titular, quase sempre entra um jogador muito inferior, e o time normalmente cai de rendimento nos grandes jogos.

Fora os 4 a 0 no Santos, na Copa do Brasil, e os segundos tempos contra o Inter, no Beira-Rio, e contra o Galo, no Mineirão, não fez mais nenhuma grande partida na parte técnica e tática.

Tem Brasileirão neste final de semana, antes das decisões nas copas, e os resultados terão influência no lado emocional. Principalmente para Atlético-MG e Corinthians.

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