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Coluna assinada por Walter Porto, editor de Livros.

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Papel mais caro deve empurrar preço dos livros para cima, dizem editoras

Uma das maiores fornecedoras, Suzano vai aumentar valor do produto em 15%, reagindo ao dólar mais alto

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O aumento considerável do preço do papel neste começo de ano pode provocar um encarecimento dos livros, segundo a coluna ouviu de editoras de grande e pequeno porte.

A Suzano, empresa dominante no fornecimento de papel e celulose, comunicou a seus parceiros que o papel Pólen, um dos mais populares, sofreria um aumento de 15,5% a partir da próxima semana, enquanto os papéis revestidos, mais comuns em livros ilustrados, subiriam 15%.

Em nota, a empresa diz que ao longo de 2020 não promoveu reajustes no preço do papel não revestido e que decidiu, no início da pandemia, “não repassar para os preços praticados no mercado doméstico a alta de custos de produção, diretamente relacionada à rápida desvalorização do real frente ao dólar”.

A International Paper, outra empresa relevante no mercado, reajustou seus produtos em 7%, afirmando ter sofrido com a pressão inflacionária.

Como contexto, vale lembrar que a demanda nas gráficas está alta, devido a um mercado editorial reaquecido, e que a pandemia aumentou a busca por outros produtos feitos com celulose, como embalagens e papelão.

homem sendo torturado em cadeira
Ilustração de Rafael Coutinho para a edição de ‘1984’ da Antofágica, uma das várias editoras que lançam a obra no ano em que George Orwell entra em domínio público - Divulgação

PRESENTE DISTÓPICO Teve gente que sentiu um frio na espinha ao comparar a invasão do Capitólio americano, na última quarta, com o episódio que originou a Gilead de “O Conto da Aia”. Margaret Atwood deve continuar a habitar o imaginário dos leitores com uma nova distopia, “The Heart Goes Last”, sobre um casal que concorda em ficar privado de liberdade em prol da estabilidade econômica. A Rocco publica o livro no segundo semestre —espera-se que não seja premonitório de nada.

BLACK POWER Na seleção de inéditos da Perspectiva para este ano, está inclusa a tradução de “Black Noise”, livro de 1994 em que a socióloga Tricia Rose analisa a relação do rap com a cultura negra e a política racial americana. Sai em julho. Em setembro, é a vez de “Black Marxism”, publicado nos anos 1980, em que Cedric Robinson busca aproximar o pensamento marxista às experiências africanas e afro-americanas.

PREFERIRIA SIM E a Companhia das Letras vai reeditar a obra mais celebrada do espanhol Enrique Vila-Matas, “Bartleby e Companhia”, no seu vigésimo aniversário, alimentando o blog da editora com críticas que defendem o livro como um marco influente para um novo hibridismo literário, que mistura romance, conto, ensaio. Aliás, o novo livro do escritor, “Esta Bruma Insensata”, acaba de ser comprado pela casa e sai em 2022.

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