Janeiro costuma ser um mês moroso em termos de lançamentos culturais. As editoras, contudo, preparam para este começo de 2021 apostas com vários nomes de peso.
A Todavia vem com Joan Didion, publicando pela primeira vez a coletânea de ensaios “Rastejando Até Belém”, obra de referência sobre as efervescências culturais e sociais dos anos 1960. A HarperCollins não fica atrás e lança o primeiro volume de “Blonde” em que Joyce Carol Oates ficcionaliza a vida de Marilyn Monroe —a obra serve de base para um filme em que a cubana Ana de Armas interpretará a atriz lendária.
Na Intrínseca, o destaque é para o mais recente livro de Marlon James, vencedor do prêmio Booker —a fantasia “Leopardo Negro, Lobo Vermelho”, repleta de referências das mitologias africanas. A Elefante amplia seu rol de obras de bell hooks, intelectual americana que grafa seu nome em minúsculas, com “Tudo sobre o Amor”, enquanto a Record traz o novo romance de Evandro Affonso Ferreira.
Um livro de memórias do crítico Silviano Santiago vai dividir as estantes com “Raiva”, o livro-bomba de Bob Woodward sobre o governo Trump, e com a nova coletânea poética organizada por Heloisa Buarque de Hollanda, “As 29 Poetas Hoje”, que reúne exclusivamente autoras mulheres.
Para os baixinhos, sai o novo de Antonio Prata e Talita Hoffmann, “Esconde-Esconde”, da Ubu, e um infantil da própria Xuxa, chamado “Betinho”, pela Globo Livros.
AINDA SOBRE AQUELE ANO O site Lithub compilou 41 listas de melhores livros de 2020 de publicações americanas e observou os que mais apareciam. O campeão, citado em 25 listas, foi “The Vanishing Half”, de Brit Bennett, sobre duas irmãs gêmeas cujas vidas se separam —uma vive numa comunidade negra e a outra, numa branca.
Em seguida vieram “Leave the World Behind”, do americano de origem bengalesa Rumaan Alam, e “Transcendent Kingdom”, de Yaa Gyasi, autora ganesa radicada nos Estados Unidos.
UMA DENTRO O ano que passou, afinal, trouxe uma alegria. A escritora de ficção científica Octavia Butler, 14 anos após sua morte, alcançou uma de suas maiores metas. Em setembro, ela apareceu na lista de mais vendidos do New York Times, algo que listou como um objetivo de vida em cadernos pessoais, com “A Parábola do Semeador” (editado há pouco aqui pela Morro Branco).
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