Painel das Letras

Coluna assinada por Walter Porto, editor de Livros.

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O que 2021 promete trazer para as prateleiras de livrarias do país

Lançamentos incluem Whitehead, Tarantino e Djaimilia; Carolina Maria de Jesus e Nelson Rodrigues serão reeditados

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Este é um ano que muita gente quer deixar para trás —incluindo este repórter. Por isso, esta última coluna se dedica a olhar o que vem pela frente e antecipar algumas das melhores apostas para o próximo ano, que leremos esperando a vacina ou, oxalá, imunizados.

Uma das melhores tendências de 2020 deve virar o ano com força total: as publicações antirracistas e de grandes ficcionistas negros.

Veremos novos trabalhos de Colson Whitehead, na HarperCollins, Marlon James, na Intrínseca, e Djaimilia Pereira de Almeida, na Todavia, que também publica a jamaicana Claudia Rankine --autora, aliás, que acaba de aterrissar no Brasil pela Jabuticaba.

A Companhia das Letras traz a "Carta para Minha Avó" de Djamila Ribeiro e uma enciclopédia de personagens históricos negros organizada por Lilia Schwarcz, Flávio Gomes e Jaime Lauriano. Ainda no campo da não ficção, a Zahar publica "Casta", da americana Isabel Wilkerson, e uma coletânea da historiadora brasileira Beatriz Nascimento.

O abolicionista americano Frederick Douglass terá obras na Autêntica e na Carambaia, que também publica Ann Petry, reconhecida como a primeira mulher negra a vender um milhão de exemplares. A editora Chão, especializada em história, traz manuscritos inéditos sobre Palmares.

E em junho a Companhia começa seu longo projeto de reeditar Carolina Maria de Jesus a partir de seus cadernos originais, com o primeiro volume de "Casa de Alvenaria".

Também no prelo da editora estão o resgate das obras de Lúcio Cardoso, começando por "Crônica da Casa Assassinada", e Raymundo Faoro, com "Os Donos do Poder".

A HarperCollins começa sua republicação dos trabalhos de Nelson Rodrigues, morto há 40 anos, partindo de "Asfalto Selvagem". A editora, aliás, aposta ainda no "Caso Evandro" do podcaster Ivan Mizanzuk e num romance afrofuturista de Alê Santos.

Enquanto isso, a Record traz obras de peso em não ficção, com ensaio de Anne Applebaum sobre o autoritarismo e reportagem de Allan de Abreu sobre narcotráfico.

A Intrínseca vem com o primeiro romance de Quentin Tarantino e com reflexões humorísticas de Jerry Seinfeld, além do vencedor do último prêmio Booker, "Shuggie Bain", e a sequência da série de Antonio Scurati sobre Mussolini.

Já a 34 investe em Lawrence Ferlinghetti, Paul Celan e Andrei Platônov, além das nobelizáveis Anne Carson e Liudmila Ulítskaia —é bom lembrar que parte das novidades são obras adiadas pela pandemia.

Isso para não mencionar novos estudos de Lira Neto, Natalia Ginzburg, Roxane Gay, Flora Süssekind e Rodrigo Naves, novos romances de Marçal Aquino, Leonardo Padura, Rachel Cusk e Valter Hugo Mãe, nova poesia de Alejandra Pizarnik e Ana Martins Marques, inéditos de Hannah Arendt e Simone de Beauvoir, duas biografias de Lina Bo Bardi e uma obra quase autobiográfica da crítica literária Leyla Perrone-Moisés.

E a nova editora Fósforo chega ao mercado com a novela "Kentukis", da argentina Samanta Schweblin, e com os ensaios de "White Girls", do americano Hilton Als.

Ufa. Que venha 2021.

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