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20/11/2012 - 10h01

CPTM é condenada a indenizar vítimas de acidente em Perus em 2000

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COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) foi condenada a pagar indenização para as vítimas do acidente em Perus, na zona norte de São Paulo, que aconteceu há doze anos e deixou nove mortos e 124 feridos.

Veja a cobertura completa do acidente
Veja fotos do acidente que deixou nove mortos em Perus

Por volta das 21h30 do dia 28 de julho de 2000, dois trens se chocaram na então linha A (Brás-Francisco Morato), atual linha 7-rubi, na altura da estação Perus, após uma série de falhas em uma das composições.

A decisão foi publicada ontem no Diário Oficial de Justiça, em resposta a uma ação coletiva movida pela Associação Defesa Vítimas Choque de Trens da CPTM.

De acordo com a decisão, de primeira instância, a CPTM deverá indenizar as vítimas por danos morais e materiais, porém o valor pago a cada passageiro ferido será decidido por meio de processos individuais.

A assessoria de imprensa da companhia informou que, por causa do feriado prolongado em São Paulo, o departamento jurídico da empresa não tem expediente e uma posição oficial sobre deverá ser divulgada amanhã.

ACIDENTE

No dia do acidente, o trem de prefixo 127 parou entre as estações Jaraguá e Perus da CPTM porque seus cabos se enroscaram na rede elétrica, impedindo o fornecimento de eletricidade para as composições.

O maquinista acionou os freios mas o trem voltou a se movimentar, perdeu o controle e colidiu com outra composição, de prefixo 145, que estava estacionada na Estação de Perus. A batida destruiu dois vagões do trem 145, além de derrubar a passarela e parte da estação Perus.

Segundo relatório final da comissão de sindicância da CPTM, organizado após o acidente, a companhia já havia sido alertada desde 1997 sobre a necessidade de reformar os pantógrafos dos trens e a rede aérea da linha A.

De acordo com os laudos da perícia, o batida entre os trens aconteceu depois que o pantógrafo --parte de cima do trem que capta energia-- se enroscou na rede aérea, o que causou queda de energia e obrigou a locomotiva a permanecer parada entre as estações Jaraguá e Perus.

Segundo o relatório final da comissão de sindicância, as obras de emergência para resolver as deficiências na rede aérea dessa linha começaram a ser feitas em 97, mas não foram concluídas "em razão do encerramento imperativo do contrato de emergência que, por imposição legal, tem duração máxima de seis meses".

Veja a sucessão de falhas que ocasionou o acidente:

1 - Às 19h15, houve uma queda na rede de energia elétrica entre as estações de Jaraguá e Perus. A composição 127, que estava sem passageiros, parou na estação Jaraguá;

2 - Entraram em pane os três sistemas de freios da 127, acionados por uma única alavanca na cabine do maquinista.

Os sistemas funcionam assim: primeiro é acionado o freio de segurança, ou dinâmico, que reduz de cerca de 100 km/h para aproximadamente 12 km/h a velocidade do trem. Na fase seguinte, entra em ação o sistema de serviço, ou sapata --ele faz os vagões pararem na estação. Quando o comboio já está na estação, é acionado, automaticamente, o freio de estacionamento;

3 - Sem freios, a 127 começou a se movimentar rumo à estação Perus, onde estava parada uma outra, a 145. Após ter avisado o CCO (Centro de Controle Operacional), o maquinista principal, Oswaldo Pieruti, desceu da composição para tentar detê-la, colocando nos trilhos travas de madeira. Não conseguiu. Somente o maquinista em treinamento, Selmo Quintal, ficou no trem;

4 - Desgovernada, a 127 rompeu a rede de energia elétrica aérea;

5 - O CCO tentou tirar a composição 145, que estava com passageiros, da estação Perus. Mas ela não pôde se movimentar porque suas portas não fecharam.

 

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