Descrição de chapéu Obituário Renam Catharina Tinoco (1938 - 2018)

Mortes: Médico, investiu dinheiro próprio em hospital no RJ

Crédito: Divulgação/Comuniqque Renam Catharina Tinoco (1938-2018)
Renam Catharina Tinoco (1938-2018)

KELLY MANTOVANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Não fosse o curso de engenharia ser no Rio de Janeiro, certamente Renam Tinoco não seria doutor.

Nascido em Itaperuna, no norte fluminense, Renam teria que atravessar o outro lado da ponte se quisesse ser engenheiro. Como a única opção em Niterói era medicina, decidiu abraçar a profissão.

Depois de formado na UFF (Universidade Federal Fluminense), retornou para Itaperuna, onde se dedicou à carreira por mais de 50 anos. Na década de 1960, o hospital São José do Avaí era apenas um antigo ambulatório, com 30 leitos e nove médicos.

Renam ajudou a transformá-lo em instituição de referência. Anos mais tarde, tornou-se seu presidente.

Viajava muito, por ser membro da Academia de Ciências Médicas de Nova York. Teve cirurgias suas transmitidas por videoconferência a futuros médicos americanos.

Investiu dinheiro próprio em pesquisas e melhorias na infraestrutura do hospital. Tinha como mantra fazer o bem sem olhar a quem. "Viveu de forma simples e genial", lembra o amigo Adilson Ribeiro.

Gostava de contar histórias. A preferida era a da primeira cirurgia, feita num rapaz esfaqueado.

Evitava falar com jornalistas ou tirar fotos. "Não costumo dar entrevistas pois não gosto de aparecer. Busco fazer meu trabalho", disse certa vez, em rara entrevista a um jornal local.

Nos últimos anos, lutava contra uma fibrose pulmonar. Os dois filhos e três irmãos seguiram seus passos.

Morreu no dia 19, aos 79, após uma parada respiratória. Deixa a mulher, Izabel, os filhos e os seis irmãos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br


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