Descrição de chapéu Obituário Sônia Maria de Araújo Cintra (1949 - 2018)

Discreta poetisa, era jundiaiense de coração

 
Kelly Mantovani
São Paulo

Um emprego novo costuma ser motivo suficiente para alegria, mas Sônia Cintra ganhou um novo lar ao passar num concurso público nos anos 1980 em Jundiaí. Virou jundiaiense de coração. 

Nascida em Amparo, no interior paulista, Sônia deixou sua cidade natal para lecionar. Atuou do ensino fundamental ao superior, além de cursinhos pré-vestibulares.

Seu maior dom, no entanto, era poesia. Publicou 13 obras modernistas, recebendo diversos prêmios e menções honrosas por eles. Também teve versos gravados em CDs e traduzidos para o italiano, o francês e até chinês. Catedrática, Sônia fez parte da Academia de Letras e da Academia Feminina de Letras e Artes de Jundiaí, além da União Brasileira de Escritores.

Sônia Maria de Araújo Cintra (1949-2018)
Sônia Maria de Araújo Cintra (1949-2018) - Arquivo Pessoal

Nas horas vagas, continuava dedicada à literatura. Escrevia artigos e contos para jornais e revistas, promovia rodas de leitura e frequentava a Academia Paulista de Letras.

Discreta e avessa aos holofotes, não costumava divulgar seus prêmios, tampouco era de sair em fotos. Mas era militante, defendendo causas voltadas a ecologia, ambiente, educação e igualdade social.

Aos amigos, dedicava toda uma atenção especial. Mandava flores e palavras de conforto, conta a amiga Ivanira. Com a família não era diferente, vivia cada momento, especialmente com o neto. "Eles tinham até dialeto próprio. Se conectavam como almas gêmeas", diz o marido, Araken.

Mesmo com câncer, continuava a trabalhar. Preparava a publicação de seu doutorado e mais um livro de poesias. Planos interrompidos no dia 17, quando morreu aos 68. Deixa marido, dois filhos e irmão.


coluna.obituario@grupofolha.com.br

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