O número de multas de trânsito aplicadas na capital caiu 14,4% em 2017, em relação ao ano anterior, de acordo com dados divulgados ontem pela Secretaria Municipal dos Transportes, da gestão João Doria (PSDB).

Segundo a prefeitura, foram 13,2 milhões de autuações em 2017, contra 15,5 milhões no ano anterior, ainda na gestão Fernando Haddad (PT), ou mais de 2,2 milhões de infrações a menos. Na campanha eleitoral, Doria criticou o que chamou de “indústria da multa” e disse, ao ser eleito, que tiraria dos guardas-civis a função de fiscalização.

Ontem, a gestão Doria atribuiu a diminuição das multas ao reforço da sinalização dos radares, o que teria melhorado a percepção dos motoristas das regras de trânsito. Disse também que a extinção dos radares móveis em caixas de metal, que “dificultavam a visualização dos motoristas”, contribuiu para haver menos infrações.

Para Horácio Augusto Figueira, o especialista em transportes e segurança de trânsito, o resultado não é suficiente. “A diminuição do número absoluto de multas não é positiva. As mais frequentes continuam sendo aquelas que punem problemas de fluidez, e não as que cuidam da segurança de motoristas e pedestres, como avanço do semáforo e não respeitar a faixa de pedestres”, afirmou o especialista.

Ranking

As infrações mais frequentes permaneceram as mesmas de 2016, mas todas registraram queda:, excesso de velocidade, com 5,5 milhões de autuações, seguida por desrespeito ao rodízio municipal de veículos, com 2,7 milhões de multas, e transitar em faixa ou via exclusiva de ônibus, com 1,1 milhão.

No ano passado, 75,01% das multas foram aplicadas por meios eletrônicos, como radares, e 24,99% de maneira manual, por guardas-civis, marronzinhos e PMs. O radar campeão de multas de velocidade em 2017 fica na avenida dos Bandeirantes, 30 metros depois da avenida Washington Luiz, no sentido marginal Pinheiros. Foram 166.694 infrações.