O amor pelos bastidores do samba levou Niltinho Loretti a construir um legado na Nenê de Vila Matilde.
Paulistano da zona leste, começou a desfilar na escola no início dos anos 1980.
Não demorou muito e o jovem logo foi crescendo, tendo passagens como diretor de harmonia, em que cuidava da parte de colocar os carros na avenida, e diretor de barracão —responsável pela confecção e criação de carros alegóricos.
Hiperativo, não gostava de ficar muito tempo em casa. Além de ser voluntário no samba, tinha uma rotina agitada conciliando os trabalhos na Guarda Civil Metropolitana com os bicos de taxista.
Niltinho era durão, mas também companheiro, sempre pronto para os amigos. Não à toa, acumulava vários.
Pelos filhos, é lembrado como um pai reservado e solícito que sempre fazia questão de levá-los aos desfiles e ensaios.
"Era um pouco ranzinza, às vezes, até um pouco ausente, mas era uma figura que sempre ajudava", lembra o filho Alex, que pretende seguir os passos do pai no samba.
Tamanho era o amor pela Nenê que Niltinho tinha uma tatuagem de uma águia, símbolo da agremiação, conta Rinaldo Andrade, presidente da escola e amigo de longa data. Apaixonado pelo manto azul e branco, foi defensor da águia guerreira até o final.
Recentemente, a saúde andava frágil. Morreu no dia 26, aos 59, após pouco mais de 10 meses de luta contra um câncer no fígado. Deixa três filhos, a mulher, dois netos e quatro irmãos. Além da comunidade do samba, um pouco órfã.
coluna.obituario@grupofolha.com.br
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