Bere era autodidata. A menina nascida em Coronel Fabriciano (MG) nem terminou o segundo grau e já se mudou para o Rio. Tornou-se dançarina, depois figurinista, até virar empresária de celebridades, profissão pela qual ganhou notoriedade. Aprendeu tudo sozinha, até a falar inglês, sueco e grego, sem pisar numa sala de aula.
Nos anos 1980, Berenice Lamonica foi mulata do Sargentelli e chacrete. Depois, na capital paulista, começou a criar peças de couro para artistas como Mara Maravilha e Angélica.
Daí, foi um pulo para assessorar famosos, que chamava de seus pupilos. Fazia o nome deles, emplacando entrevistas e presença VIP em eventos. Também negociava contratação para campanhas, novelas. Seu telefone não parava o dia todo —mas o horário preferido para bater papo era mesmo de madrugada.
No seu casting, passaram Oscar Magrini, Daniela Escobar, Luigi Baricelli, Juan Alba, Mauro Naves, Gigi Monteiro e Leila Lopes. Esta última, protagonista de um episódio que viralizou.
A atriz citou a assessora num vídeo sobre o acidente de carro que as duas sofreram em 1999. "Berenice, segura! Nós vamos bater", disse Leila, ao contar o episódio. A frase virou meme na internet. Mas Bere, que quebrou a bacia na época e ficou internada, não alimentava o bordão.
Fora do trabalho, seu negócio era dar festas. Não bebia ou fumava, mas era a que mais dançava. Também ostentou um estilo chique, refinado, afeita às echarpes. E o espírito jovem, que conquistava até os bem mais novos.
Há um ano, Berenice enfrentou um mieloma múltiplo, que afetou seus ossos. Diminuiu o ritmo na agência —assumida pelos filhos e o marido. Mas quem levou a assessora não foi o câncer, e sim a gripe H1N1.
Ela morreu no dia 17 de julho, aos 67 anos. Deixa, além dos três filhos e o cônjuge, três irmãos, dois netos e três bisnetos.
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