Carro bate em poste, e três morrem na marginal Pinheiros, em São Paulo

Chuva e alta velocidade do veículo podem ter provocado acidente nesta segunda-feira

Carro fica destruído após bater em poste na marginal Pinheiros; três pessoas morreram
Carro fica destruído após bater em poste na marginal Pinheiros; três pessoas morreram - Reprodução/TV Globo
São Paulo

Três homens morreram em um grave acidente envolvendo um carro roubado na marginal Pinheiros, na madrugada desta segunda-feira (15), em São Paulo. Um quarto ocupando do veículo ficou ferido. Segundo a polícia, o carro em que as vítimas estavam colidiu contra um poste na pista no sentido Interlagos, logo depois do Cebolão, na zona oeste da capital paulista. 

O veículo, um Palio, bateu em um poste. “Em um primeiro momento, tratamos o caso apenas como um acidente de trânsito”, diz o delegado André Mansur, do 3º DP (Jaguaré). “Até que um homem reconheceu o carro na televisão e se apresentou como vítima de roubo”, diz.

Segundo a polícia, o dono do veículo reconheceu um dos três mortos no acidente. Ele havia sido assaltado por quatro homens na meia-noite de domingo, na divisa entre São Paulo e Osasco (Grande São Paulo).

O suspeito reconhecido pela vítima é também o único cuja família procurou a polícia. A identidade das três pessoas que morreram no incidente ainda era desconhecida até o fim da tarde desta segunda.

A polícia investiga se o veículo não estava em alta velocidade. No que restou do veículo, no pátio da delegacia, o velocímetro parou em quase 200 km/h.

“Eles não estavam sob perseguição, só a perícia poderá explicar a velocidade que estavam e o que aconteceu”, diz Mansur. Com a batida, os quatro foram arremessados para longe. O sobrevivente está internado no Hospital das Clínicas, que não deu informações sobre o estado de saúde dele.

MORTES NAS MARGINAIS

No primeiro semestre deste ano, 13 pessoas morreram vítimas de acidentes de trânsito nas marginais Tietê e Pinheiros. O número é ligeiramente menor do que o registrado no mesmo período de 2017, quando foram registradas 15 mortes, mas ainda maior do que o índice de 2016 (10 mortes), quando a velocidade máxima permitida nas vias era menor.

Os dados são do Infosiga, sistema de monitoramento de mortes no trânsito do Governo de São Paulo. Nove dos acidentes fatais ocorreram na marginal Pinheiros, contra quatro na marginal Tietê. Além disso, nove das mortes no primeiro semestre são de motociclistas, e as outras quatro, de pedestres.

As marginais foram as únicas vias na cidade que tiveram seus limites de velocidade aumentados no início da gestão do ex-prefeito João Doria (PSDB). Promessa de campanha, a medida foi tomada apesar do alerta de especialistas de que velocidades mais baixas nas vias evitariam mais mortes.

Doria voltou a permitir que carros nas marginais trafeguem a 90 km/h na pista expressa, 70 km/h na pista central e 60 km/h na pista local. Em julho de 2015, a gestão de Fernando Haddad (PT) havia reduzido esses limites para 70 km/h, 60 km/h e 50 km/h, respectivamente. 

Após a medida, a Prefeitura de São Paulo anunciou um programa para aumentar a segurança viária nas pistas das marginais. Mas o que se viu foi uma inversão da tendência de queda no número de mortes nas marginais.

Em todo o ano de 2014, 68 pessoas morreram nas vias; em 2015, foram 46, e, em 2016, as mortes chegam a seu menor número, 26. Já em 2017, com a velocidade máxima permitida aumentada, os acidentes nas marginais mataram 34 pessoas, entre pedestres, motociclistas e uma criança que estava em um carro. Em dezembro daquele ano, a Folha publicou o perfil de 27 dessas vítimas.

O aumento das mortes nas marginais ocorreu na contramão da redução de óbitos no trânsito no restante da cidade.

Com Agora

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