Introvertido, Sérgio Teixeira resolveu matricular-se num curso de dança de salão como um meio de tornar-se mais sociável. No dia da primeira aula ele foi vestido a rigor, preparado para uma noite de gala.
Ficou ainda mais intimidado quando descobriu que deveria estar em trajes leves e tênis, assim como todo o restante da turma. Determinado, não desistiu: corrigiu o equívoco e voltou na aula seguinte.
Segundo Irlã, sua mulher, ele era muito organizado e decidido. Quando resolvia fazer algo, se empenhava bastante.
Após aprender os passos básicos da dança, resolveu se aventurar na prática e passou a frequentar clubes.
Foi num desses passeios que ele conheceu Irlã. "Foi amor a primeira vista. Ele dançava muito bem e foi quem me apresentou esse mundo da dança. Teve época em que a gente saía para dançar todo fim de semana", diz.
Sérgio nasceu no interior paulista, mas se mudou ainda jovem com os pais para a capital, onde estudou engenharia no Instituto Mauá de Tecnologia, e física, na USP.
Nos anos 1980, a convite de um tio, ele resolveu ir morar em Salvador (BA), de onde não saiu mais. Na cidade, teve uma loja de componentes eletrônicos por 17 anos, que vendeu quando assumiu um cargo público no Banco do Brasil. Nesse intervalo foi professor na Universidade Federal da Bahia.
Sérgio também gostava muito de rever os amigos. Queria participar de um reencontro anual com os colegas de faculdade em São Paulo e planejava um cruzeiro com a mulher.
No dia 21 de outubro, depois de passar horas falando dos velhos tempos com a Irlã e Wilson —amigo de faculdade que mora em São Paulo—, foi dormir já de madrugada, mas não acordou. Morreu aos 72 anos, vítima de um infarto. Deixa a mulher, os filhos Serginho e Renata, e dois netos.
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