Gestão Covas eleva viaduto que cedeu e prevê mais 15 dias para ter ideia de obra

Após ajuste em estrutura, prefeitura descarta demolição, mas ainda não fixa prazo de reforma

São Paulo

A Prefeitura de São Paulo terminou neste domingo (2) de erguer o viaduto da marginal Pinheiros que cedeu no último dia 15 e provocou a interdição da via, próximo da ponte Jaguaré, na zona oeste.

Mas a gestão Bruno Covas (PSDB) ainda nem sequer sabe que obra deve fazer no local para recuperar a estrutura. 

Agora, com a estrutura já nivelada, a estimativa é que serão necessários mais 15 dias para definir a obra necessária para a sustentação completa do viaduto. O trecho continua interditado e sem previsão de liberação para veículos.

Prefeitura de São Paulo finalizou o macaqueamento do viaduto que cedeu no último dia 15 na marginal Pinheiros, próximo da ponte Jaguaré, na zona oeste de São Paulo - Ronaldo Silva/Futura Press/Folhapress

"Hoje, a gente descarta 100% a hipótese de demolição do viaduto. Com o resultado que a gente teve aqui do macaqueamento, a gente consegue prever isso", disse o prefeito Covas na tarde deste domingo.

Macaqueamento é o nome de uma técnica em que macacos hidráulicos são instalados na base da estrutura para içá-la. A ação começou na manhã deste sábado (1°) e terminou na tarde do dia seguinte.

"Enquanto os técnicos estiverem aqui trabalhando, a gente tem como premissa a segurança das pessoas e de toda a população. Vamos fazer [as obras] com a maior cautela possível", afirmou Covas.

Apesar do término do procedimento, a impressão é que faltam em torno de dez centímetros para o nivelamento completo, mas o prefeito explicou que isso era o esperado. "Esse é o macaqueamento, não é a obra de recuperação. Agora, os técnicos vão poder fazer o estudo completo para verificar qual é a obra de engenharia necessária para fazer a remediação", disse.

O secretário municipal de Infraestrutura e Obras, Vitor Aly, afirmou que preservar o viaduto sempre foi a opção da prefeitura. "Vamos ver agora qual é o tamanho do estrago, o problema que ele tem e qual é a solução melhor e mais segura", afirmou.

O viaduto, que fica a 500 metros da ponte do Jaguaré, no sentido Castello Branco, cedeu na madrugada do dia 15, no início do feriado prolongado da Proclamação da República. Alguns carros que passavam pelo local foram danificados, mas ninguém ficou gravemente ferido.

Ainda não se sabe o motivo da ruptura da estrutura, projetada e construída em 1978 por meio de um convênio com a Fepasa (empresa que administrava as ferrovias do estado).

Sem nem um nome oficial, a estrutura não recebeu nenhum tipo de melhoria durante a atual gestão do prefeito Bruno Covas (PSDB). 

Ao que tudo indica, não houve reparos por lá nem nas administrações anteriores, já que a prefeitura não sabe dizer quando foi realizada a última visita técnica no local.

A secretaria de Obras informou que realizou uma vistoria no viaduto há três meses, mas de forma visual, e que não encontrou problemas na estrutura.

As causas do acidente ainda não foram esclarecidas pela gestão, e não há prazo para liberação do fluxo na via. 

A prefeitura fará um estudo nos 198 viadutos e pontes para saber o que deve ser reformado. Neste ano, a gestão Covas gastou apenas 5,3% do valor previsto para recuperação e reforço de pontes e viadutos na cidade. 

A administração municipal reservou R$ 44,7 milhões a área no Orçamento deste ano. No entanto, até a ruptura da estrutura, a prefeitura havia gasto apenas R$ 2,4 milhões.

A cidade é alvo de cobranças há mais de uma década para reformar essas estruturas, que requerem manutenção preventiva e reparos. A situação se arrasta por pelo menos quatro prefeitos  —Kassab (PSD), de 2006 a 2012, Haddad (PT), de 2013 a 2016, Doria (PSDB), de 2017 a abril de 2018, e Covas (PSDB). 

Segundo o Ministério Público, a maioria das pontes e viadutos foram erguidos entre as décadas de 1960 e 1970 e, desde lá, não passaram por manutenção adequada. A falta de atenção rotineira às instalações também acabou por inflar os valores das obras.

TRÂNSITO

Desde as 6h desta segunda-feira (3), um novo trecho de 2,1 km da pista expressa da marginal Pinheiros foi liberado para a circulação de veículos.

Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), o trecho está localizado entre a praça Silveira Santos e o acesso da pista expressa bem perto do shopping Villa Lobos. Nesse local, a pista recebeu obras e foi ampliada de uma para duas faixas de rolamento.

A expressa da marginal já tem 13,3 km de pista livre para a circulação de veículos, no sentido Castello Branco. Parte da via continua interditada até a conclusão das obras estruturais no viaduto.

Colaborou AGORA 

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