Descrição de chapéu Obituário Adriana de Souza (1973 - 2018)

Mortes: Corredora, subiu três vezes ao pódio da São Silvestre

Desde que aprendeu a correr, Adriana dedicou a vida ao esporte

Fernanda Canofre
São Paulo

As quenianas lideravam os quilômetros finais da corrida de São Silvestre, na prova feminina, naquele 31 de dezembro de 2000. A partir do 13º km, na parte mais difícil e elevada do percurso, uma brasileira resolveu dar sua arrancada final.
 
Era Adriana de Souza. Naquele dia, ela subiria ao pódio da principal corrida do país pela primeira vez, ocupando o quarto lugar. A vitória foi dedicada ao pai, morto um ano antes, um de seus maiores incentivadores. Dois anos depois, ela chegaria ao terceiro pódio consecutivo, como vice-campeã. 
 
Nascida em Ibiporã, no interior do Paraná, Adriana começou a correr por volta dos 13 anos, em competições da escola quando se mudou para Paraguaçu Paulista. Logo, estava treinando junto com adultos e participando de corridas de rua. 

Na adolescência, ela se dividia entre estudos, trabalho de auxiliar administrativa em uma oficina mecânica e a paixão por corridas. Aos 17, foi morar sozinha, em Tupã, para se dedicar a isso. 

Durante os anos que vieram, Adriana dormiu em alojamentos, passou noites em claro em rodoviárias, pediu carona em rodovias, fez todo tipo de sacrifício para conseguir participar de competições. E, quando chegou a Cascavel, em 1999,  encontrou Humberto Garcia, o treinador que a ajudou na São Silvestre. 
 
Foi na cidade também que conheceu Claudio Neia, um atleta dedicado como ela. Os dois nunca mais se separaram. Há um ano, começaram juntos uma assessoria esportiva. 
 
“Ela amava o mesmo que todo corredor: liberdade. Como é um esporte individual, você conta só com você. Quando você corre, sente aquele prazer por ser capaz de fazer aquilo”, diz Claudio. 
 
Depois de uma carreira correndo pelo mundo, no dia 9 de dezembro, Adriana morreu com uma parada cardíaca por complicações de uma cirurgia no joelho. Ela tinha 45 anos. Deixou Claudio, a filha Manuela, cinco irmãos e a mãe. Estava no segundo ano de outro sonho: a faculdade de educação física. 


coluna.obituario@grupofolha.com.br

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