Quando criança, em Brasília, Ludimila Barbosa convidava as meninas da rua para brincar na sala de aula de faz-de-conta. Assim como as tias e a madrinha, ela também queria ser professora.
Também pequena, descobriu o gosto pelo esporte. A família foi morar em Icém, cidade próxima à Usina do Marimbondo, na divisa entre São Paulo e Minas Gerais, onde o pai era instrutor dos novos funcionários. Todos os dias, depois do trabalho, ele levava os filhos para o clube para nadar.
Ludimila sabia desde cedo o que seria quando crescesse. Aos 18 anos, ela entrou em uma sala de aula como professora pela primeira vez. Começou a ensinar inglês para crianças. Logo, assumiu aulas de séries iniciais em escolas de Brasília.
Quando se mudou para Palmas, em 2004, para casar com Tonni, encontrou vaga em escolas importantes da cidade. Com o tempo, Ludimila virou pessoa de confiança na educação municipal. Em escolas com problemas, ela fazia as coisas acontecerem. A mesma mulher determinada, honesta e estudiosa que foi desde sempre.
“Os meninos gostavam dela como se fosse uma mãe, ela tinha muita atenção com todo mundo”, conta o pai orgulhoso, Eloy Barbosa. “Como filha ela era muito delicada, muito boa. Nós conversávamos todos os dias, mandando foto um pro outro.”
Há quatro anos, ela conheceu um grupo de pessoas que lhe apresentou o triatlo. Como se tivesse memória muscular de todas as atividades da infância, Ludimila voltou a se dedicar ao esporte. Com apoio do marido, participava de treinos e competições. Em alguns, levava o filho Felipe, 12, de companhia.
No dia 4 de dezembro, ela morreu em decorrência de um acidente em uma prova da qual participou dois dias antes. Ludimila deixou os dois filhos, Felipe e Mariana, o marido Tonni e os pais.
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