Promessas de austeridade se repetem em discursos de posse de governadores

Temas foram recorrentes nas falas de Wilson Witzel (RJ) e Romeu Zema (MG)

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São Paulo, Rio de Janeiro , Curitiba , Belo Horizonte, Fortaleza e Campo Grande

Promessas de austeridade na administração da máquina pública se repetiram nesta terça-feira (1º) nos discursos de posse de diferentes governadores pelo país. Abordaram o tema, por exemplo, João Doria (PSDB-SP), Ratinho Júnior (PSD-PR), Romeu Zema (Novo-MG) e Wilson Witzel (PSC-RJ) 

Em Curitiba (PR), o governador Ratinho Júnior prometeu rigor em relação às contas públicas durante sua gestão. Ele falou em “acabar com os privilégios e excessos da máquina pública”. “Não terei medo, repito, não terei medo e não vou ceder um milímetro para acabar com os privilégios.”

O paranaense disse que irá praticar “o Estado necessário, aquele que se pauta pela eficiência”. Sua gestão reduziu as secretarias estaduais de 28 para 15 e deve fazer uma auditoria na folha de pagamento e na previdência estadual ainda em janeiro, além de uma revisão de todos os contratos dos últimos 30 dias.

Ratinho Júnior se comprometeu a investir em infraestrutura e agronegócio e fazer do Paraná “o celeiro do mundo” e “o hub logístico da América Latina”.

A grave crise econômica enfrentada pelos estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais também ganharam tintas fortes nas falas dos respectivos governadores.

Witzel, no Rio, afirmou que sua principal tarefa no Palácio Guanabara será “racionalizar os custos”. Ele também mencionou os casos de corrupção que marcaram os últimos governos fluminenses. O estado tem dois ex-governadores presos, Luiz Fernando Pezão e Sérgio Cabral, ambos do MDB.

“É chegada a hora de libertar o estado da irresponsabilidade da corrupção que marcaram as duas últimas décadas da política estadual”, afirmou Witzel, em discurso na Assembleia Legislativa do Rio, que teve dez deputados presos há dois meses.

Já em Minas, o tom usado por Romeu Zema (Novo) foi mais dramático. "O Estado está literalmente falido. Temos que abrir a caixa preta das finanças do Estado", afirmou, em entrevista à imprensa. "A falta de austeridade nos últimos anos fez com que tenhamos uma previsão de déficit de R$ 30 bilhões em 2019."

O governador de Minas Gerais desistiu de ir a Brasília para acompanhar a posse do presidente Jair Bolsonaro (PSL) para economizar uso da aeronave do estado, segundo sua assessoria de imprensa.   

Em São Paulo, o aceno ao maior rigor em relação ao uso dos cofres públicos apareceu no trecho em que Doria afirmou não ter a intenção de morar no Palácio dos Bandeirantes, como seus antecessores. Ele afirmou que agora o local será o "palácio do trabalho". "Não espere aquilo que foi feito aqui no palácio", disse o tucano, em ataque velado ao seu padrinho político, Geraldo Alckmin (PSDB).

No Ceará, Camilo Santana (PT) afirmou que a primeira atitude será o corte de gastos. O petista extinguiu algumas secretarias e juntou outras, como Esporte e Juventude. O governador prometeu cortar mais de mil cargos comissionados, o que pode gerar, segundo o governo, economia de cerca de R$ 27 milhões por ano.

O governador de Santa Catarina, Carlos Moisés da Silva (PSL), prometeu uma “grande reforma administrativa” no estado, e disse que suas prioridades serão o combate à corrupção, a diminuição da máquina pública e o investimento em infraestrutura. “O objetivo é claro: trazer para a máquina pública a mesma eficiência que temos na iniciativa privada catarinense”, discursou, durante cerimônia na Assembleia Legislativa.  

Assim como no primeiro turno, o governador reeleito de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), reforçou apoio a Bolsonaro. "Precisamos agora unificar o Brasil. O Brasil não tem o lado A e o lado B. O Brasil é um país só, assim como Mato Grosso do Sul é um estado só", disse.

Na Bahia, Rui Costa (PT) disse que tomará "as medidas preventivas, quando elas forem necessárias", para manter as contas do estado em dia.

Já Paulo Câmara (PSB), em Pernambuco, afirmou que não apoiará a privatização da Companhia Hidroelétrica do São Francisco, como deseja o governo federal. "seremos contra a privatização iniciativas que comprometam o futuro do Estado", afirmou.

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