Descrição de chapéu Obituário Ruth Ferreira (1933 - 2019)

Mortes: Atriz no cinema, foi vedete e fadista da cena paulistana

Ruth Ferreira trabalhou no rádio desde criança, ganhando fama de Shirley Temple paulistana

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São Paulo

Separada do marido, Rosária de Jesus sustentava as duas filhas pequenas como bailarina de tango e cantando em rádios de São Paulo. Como não tinha com quem deixar as meninas, as levava junto. Assim, elas também começaram a cantar. A mais nova, Ruth, logo se tornou uma Shirley Temple paulistana. 

A veia artística vinha de família. O bisavô de Ruth foi ator mambembe no norte de Portugal. Aos 5 anos, ela cantava em parques e festas das comunidades portuguesa e espanhola na capital paulista. Aos 11, fazia parte da orquestra infanto-juvenil da rádio Bandeirantes. Aos 15, estreou no teatro vivendo um personagem masculino na peça “O gaiato de Lisboa”. 

Um ano depois, Ruth se tornou cantora na casa de fado Taverna Lusitana. As apresentações a levaram a ser convidada para trabalhar no Rio de Janeiro. 

Em 1952, Ruth fez uma participação no filme “Nadando em dinheiro”, de Mazzaropi. No ano seguinte, viveu uma personagem polêmica em “Sós e abandonados”. Ela voltou ao cinema cinco anos depois com “A sina do aventureiro”, um faroeste que foi o primeiro filme de José Mojica Marins, o Zé do Caixão. 

Ruth ainda teve passagens pela TV, em emissoras como Excelsior e Record, trabalhou com nomes como Lolita Rodriguez, Ankito, Bibi Ferreira e teve convite para gravar na Cinecittà de Roma.   

“Ela era uma vedete da cena paulista. Seu grande destaque foi como fadista, numa época em que o fado era valorizado no Brasil”, diz o historiador Alberto de Oliveira. 

Nos anos 1960, ela largou a carreira para casar com um joalheiro, pai de sua única filha, Maura, que também virou atriz. Os dois ficaram juntos por 20 anos. Quando se separaram, Ruth descobriu talento para artes plásticas. 

“Ela fazia jus ao signo, era pisciana. Muito sensível, tinha amor pela natureza e um interesse profundo nos mistérios do universo”, conta a filha. Ruth morreu no dia 20 de janeiro, em decorrência de uma pneumonia, aos 85 anos. Deixou Maura e o projeto de restaurar algumas de suas próprias telas. 


coluna.obituario@grupofolha.com.br

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