Descrição de chapéu Obituário Jannette Ribeiro Fiuza (1934 - 2019)

Mortes: Jannette, uma das pioneiras da Polícia Militar paulista

Fez parte do primeiro grupamento feminino do país e chegou a comandar a Guarda Civil Metropolitana

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São Paulo

Jannette não herdou a profissão nem do pai, ferroviário, nem da mãe, doceira. A menina, nascida em Botucatu, passou a infância e a juventude no internato de freiras em Itu, também no interior de São Paulo.

Finalizados os estudos, nos anos 1950, Jannette se mudou para a capital, em busca de emprego. Foi quando um primo viu no jornal o chamamento de moças para formar o primeiro agrupamento de policiais mulheres do país. 

Jannette passou em todas as etapas e, com mais 11 colegas, ingressou no programa Policiamento Especial Feminino, pioneiro na América Latina e recém-criado pelo então governador paulista, Jânio Quadros. A partir daí, ela se especializou em segurança pública e rodou por outros estados instaurando o modelo. 

Também foi ela quem criou o sistema Romeu e Julieta, em que um homem e uma mulher fazem ronda juntos nas ruas. E ainda ajudou a elaborar os desenhos dos uniformes da polícia feminina no país.

Conheceu o marido enquanto trabalhava no posto da PM da estação da Luz, no centro de São Paulo. O jornalista Cirso Fiuza, de quem ficou viúva em 2003, era repórter policial do Diário da Noite, dos Diários Associados.

Após 30 anos dedicados à polícia, Jannette se aposentou como comandante-coronel, em 1985. Mas Quadros, naquele momento prefeito, a convidou para ser comandante da Guarda Civil Metropolitana.

Muito elogiada por sua beleza, Jannette adorava dançar e cantar e ouvia de Zeca Pagodinho a Ray Charles. Também jogava bilboquê e tênis de mesa. 

Gostava de colecionar coisas: xícaras pequenas, perfumes em miniatura, papais noéis. "Ela dizia: 'Quem guarda, tem'", conta a filha, Cinira, que faz questão de lembrar outra paixão da mãe: cachorros, com os quais sempre parava para interagir nas ruas.

Dona Jane, como era chamada, morreu no Hospital da Polícia Militar, de causas naturais, no dia 6 de fevereiro, aos 84. Deixa três filhas, uma neta e um bisneto.


coluna.obituario@grupofolha.com.br

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