Blocos alteram trajetos para fugir de violência no largo da Batata

Decisão foi tomada pela Prefeitura de SP e afeta grupos que sairão nesta segunda (4) e terça

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São Paulo

A Prefeitura de São Paulo decidiu remanejar o desfile dos blocos programados para saírem na região do largo da Batata, na zona oeste de SP, nesta segunda (4) e terça (5). Segundo a gestão Bruno Covas (PSDB), houve muita violência no local nestes últimos dias.

“Tivemos reuniões de emergência com a prefeitura. O posto de atendimento médico ficou lotado de gente agredida no sábado (2)", disse Zé Cury, do bloco Me Lembra que Eu Vou, que iria desfilar na tarde de segunda perto do largo.

O outro bloco que teve seu trajeto alterado foi o Não Serve Mestre. Os dois agora vão ocupar a esquina das ruas Teodoro Sampaio e Henrique Schaumman, também em Pinheiros.

“É um trajeto emergencial e escolhido por serem avenidas largas, que acomodam os blocos”, disse Cury.

A assessoria de imprensa da prefeitura informou que "devido aos incidentes ocorridos ontem [sábado] e hoje no largo da Batata, quando foram realizados eventos não oficiais, a Secretaria Municipal das Subprefeituras decidiu remanejar, por questão de segurança, os trajetos dos blocos previstos para os dias 4 (segunda-feira) e 5 (terça-feira)".

A programação dos demais blocos foi mantida, afirmou a prefeitura.

A Polícia Militar, da gestão do governador João Doria (PSDB), afirmou que "a segurança foi reforçada durante o feriado prolongado. O planejamento realizado contempla as regiões da Faria Lima e largo da Batata, com foco também nos fluxos das estações de metrô que abrangem as áreas. O policiamento foi reestruturado para atender a mudança de trajeto dos blocos citados".

Na tarde deste domingo (3), o policiamento era ostensivo no largo da Batata. Membros da Rocam (policiamento de moto) faziam ronda entre os foliões, e um helicóptero da PM fazia voos rasantes sobre a multidão. Mesmo assim, a Folha flagrou rapazes oferecendo lança-perfume e ecstasy a R$ 10.

Diferentemente de outras partes da cidade, o largo da Batata não teve blocos, mas pessoas com caixas de som que faziam minipancadões. Policiais abordavam quem estivesse com os equipamentos e pediam que os desligassem. 

Em 2017, a prefeitura montou palcos no largo para tentar facilitar a dispersão dos blocos da vizinha Vila Madalena. Acabou tendo que lidar com muita sujeira na região, caos no trânsito e confusão. 

No ano passado, Doria, à frente da gestão municipal, tentou levar os megablocos para a avenida 23 de Maio, mas a proximidade de hospitais e a falta de saídas do trajeto fizeram com que a prefeitura neste ano redirecionasse as multidões para a av. Marquês de São Vicente, na Barra Funda, e a av. Tiradentes, no centro.

No largo da Batata, porém, problemas de violência, venda de drogas e confusões na estação Faria Lima do metrô voltaram a acontecer no Carnaval de 2018.

No ano passado, o metrô teve que fechar os acessos da estação Faria Lima devido ao excesso de pessoas que tentavam embarcar após a passagem dos blocos pela região e foram registradas confusões na linha 4-amarela após passageiros acionarem os mecanismos de emergência.

No sábado, a prefeitura contabilizou 404 atendimentos médicos nas tendas montadas no circuito dos blocos de rua (número que inclui qualquer tipo de atendimento, como pessoas que passaram mal ou foram vítimas de violência).

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