Com atraso, Metrô promete estação Campo Belo, da linha 5, em abril

Estação é a última a ser entregue na linha 5-lilás; Serra a havia prometido para 2010

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São Paulo

O Metrô de São Paulo anunciou a abertura da estação Campo Belo, da linha 5-lilás, para o dia 10 de abril. Prometida pelo ex-governador José Serra (PSDB) para 2010, a estação é a última parada a ser inaugurada na linha que liga o Capão Redondo às estações Santa Cruz (na linha 1-azul) e Chácara Klabin (na linha 2-verde).

A estação Campo Belo deve ser a conexão da linha 5-lilás com o futuro monotrilho da linha 17-ouro, que chegará ao aeroporto de Congonhas. O monotrilho, porém, está com parte da sua obra suspensa depois que o governo paulista pediu a rescisão do contrato com a construtora.

A estação Campo Belo deverá receber 22.300 pessoas diariamente muitas delas moradores ou trabalhadores no bairro nobre da zona sul.

Entre eles, está o manobrista Reginaldo Silva, 40. Ele mora em Embu, na Grande São Paulo, e trabalha a duas quadras da futura estação. Enquanto a estação não fica pronta, seu trajeto diário envolve dois ônibus e um trecho da linha 5-lilás. Com a abertura da nova estação, ele poderá abrir mão de um dos ônibus e economizar pelo menos 40 minutos de seu dia. "Eu não sei porque todas as estações da linha ficaram prontas e só essa que não", reclama. 

Segundo o Metrô, o processo de desapropriação de um imóvel na região atrasou as obras da estação. 

Outro beneficiado pela estação será Evanildo Ferreira, morador de São Bernardo do Campo (na Grande São Paulo) e funcionário de um clube alemão em Campo Belo. Seu caminho até o trabalho depende de duas viagens de ônibus e uma caminhada. Com a inauguração da estação, ao lado do seu trabalho, ele espera abandonar os ônibus e se transportar só usando o metrô.

"A vantagem é que não precisa esperar o ônibus que ninguém sabe quando vai passar. Enquanto estou esperando o ônibus, o metrô já foi", comemora. 

A reportagem da Folha esteve nesta terça-feira (26) numa vistoria feita na estação pelo secretário de transportes metropolitanos Alexandre Baldy e o presidente do Metrô Silvani Pereira. 

Operários faziam acabamentos, terminavam de instalar o sistema elétrico e de comunicação. Uma limpeza deverá ainda ser feita pelo Metrô antes de entregar a estação no dia 5 à concessionária da linha, a Via Mobilidade. 

Só após o repasse, a concessionária fará testes e se instalará no local para abrir a estação ao público, o que ocorrerá apenas no dia 10.

A estação ainda não tem portas automáticas de plataforma. Segundo o Metrô, todas as portas desse tipo serão instaladas até 2020. Mais a frente neste cronograma, as estações Brooklin e Santa Cruz devem ter esses dispositivos funcionando até o fim de março.

O secretário Baldy não deu detalhes sobre a negociação de retomada das obras da linha 17-ouro. Disse apenas que pretende finalizar o processo de rescisão do contrato com a construtora da linha. A linha 17-ouro era para ter ficado pronta para a Copa do Brasil, em 2014. Até hoje, ela está em construção e o governo estadual não conseguiu sequer calcular o quanto a obra já avançou.

A construção da linha é dividida em cinco contratos: três para fazer as estações, um para o pátio de manobras. O quinto contrato é o maior deles e visa construir a via, as suas vigas de sustentação, o sistema de sinalização e o monotrilho propriamente dito, ou seja, o veículo onde os passageiros serão transportados. Este foi o contrato que, após seguidos atrasos o Governo do Estado de São Paulo decidiu romper.

Outro impasse que permanece sem solução é o fim do contrato da PPP que seria responsável pela construção da linha 6-laranja, entre a Brasilândia e o centro de São Paulo. Na prática, as obras estão paradas há mais de dois anos e meio e o governo do estado iniciou o processo de caducidade, ou seja, de rompimento do contrato de construção.

Esse processo ainda se arrasta e o governo não garante como retomará as obras.  

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