Daniel Marcos Rodrigues tinha aquela personalidade marcada pela determinação. Marceneiro, futebolista e dono de bar, ele experimentou diversas facetas da sociedade paulista dos anos 1970 e 1980. E em uma vida corrida e plena de amigos, deixou de legado, à sua imagem, a mais araraquarense das corridas, a Santo Onofre.
Nascido e criado em Araraquara, o Zinho, como era conhecido, começou a vida adulta trabalhando como marceneiro e carpinteiro. Apaixonado por futebol, se tornou sócio do time da cidade, o Estrela F.C., onde passava horas projetando eventos e formas de arrecadar fundos ao clube.
Depois, comprou um comércio de recarga e reparação de extintores. Vivia assim: a semana reservada para o trabalho e a família e o fim de semana para a sua paixão de contribuir para o esporte local.
Em 1979, percebeu que um barzinho na esquina de cima estava a venda. Começou então uma nova fase, a de dias cheios dos amigos de infância, cervejinha e conversa solta. Se não estavam contando histórias ou jogando truco, gostavam de competir entre si.
Foi assim que corrida Santo Onofre nasceu: um amigo de Zinho desafiou outro atleta para uma corrida. No último dia do ano, o marceneiro organizou uma volta na quadra para os dois. No ano seguinte, veio a ideia de repetir anualmente a corrida, que chega a sua 40º edição.
Com sua barriguinha de chope e cabelo penteado para trás, o que mais caracterizava o Zinho era a determinação. Segundo seu filho, Marco Antônio Rodrigues, 51, seu pai tinha "uma cabeça boa para projetar as coisas do chão."
Neste mês, ele foi internado após uma infecção urinária, e faleceu nesta quinta-feira (18), devido a uma falência dos rins. Deixou a esposa, Lindaura, e os três filhos, Marco, Manoel e Elaine.
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