Ônibus circulam parcialmente em 2º dia de greve em SP

Em protesto, Bruno Covas foi chamado de 'fantoche' e 'prefeito-tampão'

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São Paulo

Motoristas e cobradores do sistema coletivo da capital paulista realizam nesta sexta-feira (6) paralisação parcial pelo segundo dia seguido em protesto contra a redução da frota e pela manutenção dos postos de trabalho. 

O viaduto do Chá, no centro da cidade, concentra a manifestação dos trabalhadores das duas categorias. Desde as 8h, filas de ônibus vazios foram estacionados em ambos os sentidos do viaduto.

Em cima de um carro de som, os manifestantes protestam em frente ao prédio da prefeitura, sob o comando de Bruno Covas (PSDB). O ato virou um festival de xingamentos contra o prefeito.

Identificados por diversos apelidos como "Boca de Lata", "Sorriso" e "Moleque", os sindicalistas que se revezavam no microfone chamaram Covas ainda por expressões como "cachorro de madame", "vagabundo" e "fantoche".

Além de reclamar de prováveis cortes de frotas e vagas de emprego, eles criticavam Covas por se recusar a atender a categoria. "Sai do armário e vem falar com a categoria", disse um dos sindicalistas.

No palanque, estavam dois deputados federais, Valdevan Noventa (PSC), presidente licenciado do sindicato, e Orlando Silva (PCdoB). "Esse é o primeiro protesto. Nós temos diversas ideias sobre como colocar fogo nessa cidade", afirmou Noventa.

A Polícia Militar mantém equipes no local, que não teve registro de incidentes até o momento.

 
Apesar da circulação reduzida de ônibus, o trânsito da capital segue dentro da média, segundo medição da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Por volta das 8h30, a cidade acumulava 73 km de lentidão –a média para o horário é entre 49 km e 83 km.

Já o Terminal D. Pedro 2º, também no centro, era um dos mais afetados nas primeiras horas do dia. Por volta das 8h50, a operação do local estava suspensa. Nos demais terminais, a operação era parcial. 

Sindicalistas afirmaram que seguirão ordem judicial de manter 70% da frota circulando. A partir das 10h, o número de ônibus deverá cair para 50%. 

Em nota, a SPTrans informou que, às 8h, 70% da frota de ônibus operava na capital paulista e 18 linhas da empresa Sambaíba não estavam circulando. São elas:

148P/10 Pedra Branca – Metrô Barra Funda
1741/10 Vl. Dionisia – Metrô Santana
1742/10 Jd. Antártica – Metrô Santana
1743/10 Jd. Pery Alto – Shop. D
1758/10 Jd. Antártica – Metrô Santana
1759/10 Jd. Pery – Metrô Santana
148L/10 Cohab Antártica – Lapa
211L/10 Mandaqui – Lapa
1760/10 Cohab Antártica – Shop. Center Norte
297A/10 Jd. Primavera – Metrô Barra Funda
9166/10 Jd. Sta. Cruz – Term. Cachoeirinha
967A/10 Imirim – Pinheiros
971A/10 Jd. Primavera – Shop. D
9701/10 Hosp. Cachoeirinha – Metrô Santana
971D/10 Jd. Damasceno – Shop. Center Norte
971M/10 Vl. Penteado – Metrô Santana
971T/10 Vl. Sta. Maria – Metrô Santana
971V/10 Jd. Vista Alegre – Shop. Center Norte

A Justiça determinou que o movimento mantenha 70% dos trabalhadores em horário de pico e 50% fora dele. A multa para o descumprimento é de R$ 100 mil. O Metrô e a CPTM operaram com capacidade máxima, para amenizar o impacto da paralisação. 

O rodízio de veículos está suspenso ao longo do dia. Também foi liberado o uso gratuito das vagas da Zona Azul. 

BAIRROS DISTANTES

Os moradores de bairros periféricos não enfrentaram problemas para chegar ao trabalho no início da manhã. No Grajaú, zona sul, um dos distritos mais populosos da capital, o fluxo de passageiros no terminal de ônibus era menor do que em dias normais. Quem precisava usar as linhas que circulam pelo bairro também não enfrentou empecilhos. 

No Capão Redondo, zona sul, a empregada doméstica Sueli Souza Marques, 55, chegou facilmente no terminal Capelinha. Dez minutos depois de esperar na fila seguiu viagem no ônibus da linha 6451/10 - Terminal Bandeira para desembarcar na Vila Olímpia, local onde trabalha. “Ontem [quinta] também não tive problemas para pegar ônibus. Só o trânsito que estava mais pesado que o normal”, comenta. 

Andreza Neri da Silva, 22, estudante de direito, que mora em Artur Alvim, zona leste, costuma utilizar um micro-ônibus para chegar à estação de Metrô da linha 3-vermelha também não enfrentou dificuldades. “Hoje, não sei se as pessoas optaram por não ir trabalhar, mas estava bem vazio o Metrô. Não tive dificuldades como ontem”. 

Na noite de quinta-feira (5), Andreza sentiu impacto na avenida Radial Leste ao esperar o transporte para voltar para casa. O metrô também estava mais cheio que o normal. No Tucuruvi, zona norte, a auxiliar administrativa Yasmin Sapucaia, 21, saiu 30 minutos mais cedo de casa e demorou um pouco mais que o normal para chegar ao metrô Tucuruvi (linha azul), pois o ônibus demorou e havia trânsito. Todavia, não foi prejudicada como na noite desta quinta (5).

Colaboraram Jariza Rugiano, Victor Hugo Simão da Silva e Cléberson Santos, da  Agência Mural

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