O desejo de ajudar o próximo motivou Olinda Margarida Varella Costenaro a estudar enfermagem. Ela nasceu em Ribeirão Bonito (a 263 km de SP), mas mudou-se para São Paulo em busca de trabalho e também porque sempre amou a cidade.
Depois de se formar, Olinda trilhou sua trajetória profissional do jeito que havia sonhado: dando assistência aos mais necessitados, dentro de um hospital.
Foram 51 anos de serviços prestados ao Hospital das Clínicas de São Paulo. Ao completar 50 anos no local, foi condecorada na Assembleia Legislativa pelos serviços prestados à saúde.
Um de seus filhos, o engenheiro mecânico Mauro José Costenaro, 44, conta que ela foi a pessoa mais brava e caridosa que conheceu na vida.
“Era uma braveza para lutar por justiça. Minha mãe ajudou muita gente dentro e fora do hospital, independentemente da posição ou classe social”, diz.
Para ela, o cuidado com os pacientes nunca foi obrigação. Olinda era o tipo de funcionária que chegava antes do horário e saía depois. Por isso, se irritava quando ouvia alguém dizer que funcionário público não trabalha.
Nos momentos de folga, gostava de ficar com a família. A paixão pelo cantor Roberto Carlos servia como dica a quem queria presenteá-la.
Depois de 51 anos de dedicação, chegou o dia em que dona Olinda trocou de lugar no hospital e passou à condição de paciente. Mesmo com plano de saúde, não quis sair das Clínicas, onde recebeu de volta o carinho dado aos pacientes.
Olinda Margarida Varella Costenaro morreu no dia 22 de novembro, aos 78 anos, de insuficiência respiratória. Deixa o marido, três filhos e seis netos.
coluna.obituario@grupofolha.com.br
Veja os anúncios de mortes
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.