Vanguardista, Maria Amélia Chaib Moraes sempre foi diferente das garotas da sua juventude.
Antigamente, as moças não eram preparadas para a faculdade e o trabalho, mas casavam e se engajavam nas atividades do lar.
“Ela sempre gostou de tudo o que era moderno, contrariando a sua época”, conta a sobrinha, a secretária Maria José Chaib, 60.
Ela fez três faculdades: farmácia, biblioteconomia e engenharia de alimentos. O primeiro curso, farmácia, foi na USP, onde conheceu o grande amor de sua vida. Para estudar na capital paulista, saiu temporariamente de Campinas (93 km de SP).
O fim do curso também representou o final do relacionamento amoroso, pois Maria Amélia retornou a sua cidade natal para seguir a carreira de farmacêutica.
Passados 25 anos, reencontrou a ex-cunhada na rua. Combinaram um almoço, que trouxe a oportunidade de rever o antigo namorado. Casaram-se em três meses. Maria Amélia estava com 47 anos.
Ela não teve filhos, mas tornou-se a segunda mãe de seus sobrinhos. “Alegre e generosa, Maria Amélia se preocupava conosco. Ajudou todos os sobrinhos”, diz um deles, o funcionário público José Geraldo Moraes Chaib, 56.
A engenharia de alimentos a levou à Unicamp. Lá formou-se na primeira turma, foi professora do curso e chefe de pesquisa. Publicou três livros, trabalhou até os 70 anos, fez computação com 80 e realizou o sonho de conhecer vários países.
Maria Amélia Chaib Moraes morreu no dia 4 de dezembro, aos 91 anos, de insuficiência renal. Viúva, deixa quatro sobrinhos, nove sobrinhos-netos e dois sobrinhos-bisnetos.
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