Por condição precária, Justiça interdita ponte no litoral sul de SP

Laudo diz que há risco de desabamento; 10 mil veículos passam pelo local diariamente

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Santos

A Justiça determinou a interdição total da ponte dos Barreiros, em São Vicente, principal ligação entre a área insular e continental da cidade no litoral sul de São Paulo (a 74 km da capital). O local está fechado para o tráfego de veículos desde sábado (30).

A decisão atende a recomendação de um laudo técnico emitido pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) no último dia 26, que classificou como crítica a condição estrutural da ponte. Ela apresenta riscos de colapso, ou seja, de desabamento.

Na avaliação utilizada pelo IPT, que atribuiu nota de 1 a 5 para a condição da obra, a ponte recebeu a nota 1, considerada a mais crítica. O relatório ainda registra diversas fotos e estudos de pontos estruturais precários.

“O governo encomendou um estudo mais aprofundado, principalmente das estruturas mais profundas, aquelas que não podem ser vistas na superfície da ponte. De fato, os resultados que foram apresentados parcialmente demonstram que qualquer teste carga é realmente um risco. E neste [estudo] é também colocado como um risco até a operação rodoviária que ocorre no dia a dia”, disse o secretário de transporte metropolitanos, Alexandre Baldy.

De acordo com a prefeitura, o bloqueio afeta aproximadamente 150 mil moradores da região. Além disso, mais de de 10 mil veículos trafegam diariamente pelo local.

A EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo) informou que 15 linhas intermunicipais de ônibus estão com trajeto alterado e com tempo médio de viagens maior. Os ônibus transportam mais de 43 mil passageiros diariamente para a região.

Ponte dos Barreiros, em São Vicente, principal ligação entre a área insular e continental da cidade no litoral sul de São Paulo, em 2018
Ponte dos Barreiros, em São Vicente, principal ligação entre a área insular e continental da cidade no litoral sul de São Paulo, em 2018 - Cesar Morgado/Seicom/PMSV

As rotas alternativas são significativamente mais longas e ocorrem por municípios vizinhos, Praia Grande ou Cubatão, utilizando a rodovia Padre Manoel da Nóbrega. Em uma delas, no km 280, há cobrança de pedágio no valor de R$ 7,60.

Essa é a primeira interdição judicial da ponte, inaugurada em 1995. As inspeções do IPT já acontecem desde 2002. Desde então, novos laudos foram emitidos em 2006, 2008 e 2018.

No último relatório, em dezembro de 2018, foi recomendado um prazo de 180 dias para a implementação de medidas de reparo pela prefeitura local. O documento indicava, também, a necessidade de obras emergenciais de recuperação para evitar um possível desabamento.

Em agosto, foi adotada uma medida de segurança, definida em audiência de conciliação, para diminuir a circulação de veículos durante os horários de maior movimento para evitar sobrecarga sobre a ponte. O município instalou radares para de velocidade sobre a ponte, limitando a 40km/h, e restringiu a circulação de caminhões com peso superior a 24 toneladas.

A ponte passou no fim de semana por um novo teste de carga, elaborado por uma empresa de engenharia contratada pela prefeitura de São Vicente após ordem judicial.

Em seu último posicionamento, o município confirmou que acataria a ordem judicial, mas que aguarda decisão definitiva, provavelmente nesta segunda-feira (2), se a estrutura se manteria interditada ou se poderiam retomar o tráfego de veículos, com ou sem restrições. 
 

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