Após temporal e destruição desta segunda, SP terá mais chuva nos próximos dias

Segue alto o risco de alagamentos e deslizamentos de terra, principalmente na região metropolitana

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Chuva causa alagamento na região da Ponte da Casa Verde em São Paulo (SP), nesta manhã de segunda-feira (10) Romerito Pontes/Futura Press/Folhapress

São Paulo

Após o forte temporal que atinge São Paulo desde a noite de domingo (9), a previsão para os próximos dias é de tempo instável e mais pancadas de chuva.

A frente fria se afasta lentamente, mas a circulação de vento em vários níveis da atmosfera ainda favorece a formação de nuvens carregadas. Chove em vários momentos do dia, o sol pouco aparece e ainda há risco de chuva moderada a forte, principalmente no leste e no norte paulistas. Há risco de raios e vendavais, segundo o Clima Tempo.

Mas, até o fim da semana, não há expectativa de outro temporal como o da última madrugada; porém, não se pode descartar o risco de alagamentos e deslizamentos de terra, principalmente na região metropolitana.

A temperatura também segue baixa para os padrões de fevereiro. Nesta terça (11), os termômetros oscilam entre 17ºC e 21ºC. Na quarta (12), entre 17ºC e 23ºC. A Climatempo estima que o nível das chuvas devem ficar em 30 mm na terça e 8 mm na quarta.

Esse nível é bem menor do que o que causou estragos no estado. O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) registrou 114 mm de chuva na estação meteorológica do Mirante de Santana, na zona norte da capital paulista, em 24h. Este foi o segundo maior volume de chuva nesse período em fevereiro em 77 anos de medição.

A chuva já chegou a 96% do esperado para fevereiro. A previsão para este mês era de 216,7 mm, mas em dez dias foram registrados 208 mm.

A explicação para o temporal com tanta água está na junção de uma frente fria e uma área de baixa pressão atmosférica —ventos que giram no sentido horário no hemisfério sul e provocam a formação de nuvens carregadas.

Às 20h22, o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergência da Prefeitura de São Paulo) registrava 86 alagamentos na cidade, sendo 60 vias intransitáveis.

Os rios Tietê e Pinheiros transbordaram, deixando grandes trechos das marginais inundados. Isso paralisou quase toda a capital, impedindo que milhares de pessoas entrassem e saíssem da cidade e de outros municípios da Grande São Paulo. As duas vias permanecem em estado de alerta e com trechos intransitáveis. 

Os córregos Ipiranga (zona sul), Pirajuçara (zona oeste), Perus (zona norte) e Tremembé (zona norte) também transbordaram.

Com isso, os transportes ficaram caóticos. O rodízio de carros foi suspenso, ônibus intermunicipais circularam com atraso ou tiveram a operação suspensa, os trens da CPTM interromperam a circulação em vários trechos. Quem pretendia viajar pela rodoviária ou pelos aeroportos enfrentou transtornos.

A situação levou o porta-voz do Corpo de Bombeiros, capitão Marcos Palumbo, a pedir para as pessoas que podem trabalhar de casa evitar sair nesta manhã de segunda-feira.

O secretário estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente, Marcos Penido, fez a mesma recomendação. "Pedimos para as pessoas fiquem em casa, não é o momento para deslocamentos", afirmou.  

De acordo com o Penido, a chuva na madrugada e na manhã excedeu o limite do sistema de drenagem da capital.

"Num período curto de três horas choveu 50% do que era esperado para todo o mês de fevereiro. O sistema funcionou até o limite, mas a chuva veio acima da capacidade. Temos de cuidar das emergências para evitar danos maiores", afirmou.

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