Descrição de chapéu Alalaô

Carnaval deste ano teve 8% mais mortes em rodovias federais

Foram 1.210 acidentes, 1.571 feridos e 91 mortos contabilizados no levantamento da Polícia Rodoviária Federal

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São Paulo

O balanço da Polícia Rodoviária Federal do número de acidentes durante o Carnaval deste ano apontou crescimento de 8% nas mortes registradas nas rodovias federais brasileiras. Foram 1.210 acidentes, 1.571 feridos e 91 mortos contabilizados no levantamento da corporação.

O balanço também apontou crescimento de 6% no número de feridos e diminuição de 3% no número de acidentes graves.

Foto aérea mostra fileiras de carros em pedágio em rodovia
Trânsito na Imigrantes - Joel Silva - 24.fev.2017/Folhapress

Os atropelamentos de pessoas, saídas de pista e colisões frontais foram responsáveis por 68% do total de mortos durante o Carnaval. Os estados de Santa Catarina, Bahia, Minas Gerais e Paraná foram responsáveis por 51% das mortes.

Com sete mortes, Goiás teve o maior aumento percentual no número de mortes: 600%. A Bahia, com 11 casos, teve o segundo o maior aumento percentual no número de mortes 267%. O estado é seguido por Santa Catarina, que teve 13 mortes, aumento de 225% em relação a 2019.

De acordo com o levantamento da Polícia Rodoviária Federal, a análise prévia das causas aponta que 87% das mortes poderiam ter sido evitadas pois tiveram como fator primário motivos relacionados a algum comportamento de risco por parte de condutores e pedestres.

No ano passado, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) travou uma queda de braço do governo com a Justiça sobre a manutenção dos radares móveis em rodovias federais.

A crítica a radares móveis é um assunto caro ao presidente desde os tempos de deputado federal. Já durante a campanha presidencial ele prometia a remoção do instrumento de fiscalização em rodovias federais.

Em agosto do ano passado, Bolsonaro determinou, por meio de um despacho, que a Polícia Rodoviária Federal interrompesse o uso de medidores de velocidade estáticos, móveis e portáteis até que o Ministério da Infraestrutura concluísse uma reavaliação da regulamentação dos procedimentos de fiscalização eletrônica de velocidade.

Porém, o presidente acabou sofrendo um revés quando o juiz Marcelo Gentil Monteiro, da 1ª Vara Federal Cível do Distrito Federal, deu o prazo de 72 horas para que a Polícia Rodoviária Federal tomasse as providências necessárias para a volta da fiscalização eletrônica, sob pena, em caso de descumprimento, de multa diária de R$ 50 mil, a ser aplicada à União.

A medida não impediu o emprego dos aparelhos fixos, os chamados pardais, porque a Justiça Federal em Brasília já havia dado, em abril, ordem para sua manutenção nas pistas.

Ao justificar a suspensão dos equipamentos, Bolsonaro disse que o propósito era o de evitar "o desvirtuamento do caráter pedagógico e a utilização meramente arrecadatória dos instrumentos e equipamentos".

Reportagem da Folha publicada em abril do ano passado mostrou que o presidente, três de seus filhos e sua mulher, Michelle, receberam ao menos 44 multas de trânsito nos cinco anos anteriores, segundo registros do Detran-RJ (Departamento de Trânsito do Rio de Janeiro).

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