João Francisco Galindo Junior sabia muito bem como descobrir histórias de vida. Era uma das coisas que gostava de fazer. Se entrasse em um restaurante, por exemplo, tinha a curiosidade de investigar se o garçom que o atendia estava bem e fazia várias perguntas.
“Meu pai queria conhecer as pessoas a fundo; tinha interesse pela vida humana”, conta a filha, a assistente de RH, Juliana dos Reis Galindo, 26.
Era um teimoso do bem. Desenvolveu precocemente independência e personalidade forte. “Vou fazer o que quiser, quando quiser e como quiser. Ele sempre agiu desta forma e nem por isso errou”, diz Juliana. O temperamento apimentado também tinha o paladar doce.
João nasceu em São Paulo. Apesar da situação financeira tranquila, quis trabalhar cedo, por volta de 16 anos.
Não fez curso superior, mas realizou-se na área comercial. Passou por três grandes jornais em São Paulo.
Ex-funcionários deram a ele o posto de melhor chefe. João levava o trabalho a sério, mas de um momento para o outro acionava a criança que morava em seu coração e divertia a todos com suas brincadeiras.
“Se você não puder se divertir naquilo que faz, então não tem sentido”, dizia a todos.
O grande amor de sua vida se foi em 2014. Meses depois, descobriu um câncer no pulmão. O prognóstico era ruim desde o início.
Os médicos disseram que viveria mais um ano. Insistente e otimista com a vida, João viveu mais cinco.
Quando se conheceram, a esposa namorava um amigo. Anos depois que a relação terminou, João a encontrou numa edição do Salão do Automóvel e um ano depois estavam casados. Com a sua morte, João escolheu a solidão.
João Francisco Galindo Junior morreu dia 21 de fevereiro, aos 58 anos, de câncer no pulmão. Deixa dois filhos.
coluna.obituario@grupofolha.com.br
Veja os anúncios de mortes
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.