Entre tantas histórias bonitas de amizade que as telas dos cinemas retratam, uma delas ganhou continuidade na vida real: aquela entre o diretor de cinema Felipe Iesbick, 28, e o ator e locutor João França.
“Conheci pessoalmente o João em 2012, quando estava produzindo um curta para a faculdade, o ‘Matador de Bagé’. Já o via na TV e no cinema. Fiz o convite para ele participar de um projeto sem imaginar que ele toparia, mas ele aceitou”, conta Felipe.
No ano seguinte, o filme lhe rendeu o prêmio de Melhor Ator no Festival de Cinema de Gramado.
Após a primeira produção, os dois nunca mais se largaram. Além da amizade, vieram outros trabalhos: três curtas, duas séries para a TV e um jogo de videogame.
Em 2015, mais um curta do amigo Felipe Iesbick (“Por onde anda o Rock And Roll”) lhe deu o título de melhor ator no Prêmio Histórias Curtas, da RBS, para quem o filme foi feito.
João participaria da sétima produção de Felipe, “Noite Macabra”, um curta que mistura terror, ação e comédia, mas não houve tempo de gravar. Em 18 de março, ele passou mal em casa e morreu. Como estava doente, João faria apenas uma participação de voz, no papel de um radialista.
A parceria que o trabalho proporcionou era alimentada pelas afinidades entre os amigos. “Tínhamos coisas em comum, como filmes, livros e o gosto pelo rock. Não pensava em nada sem considerar a participação dele”, diz Felipe.
João França nasceu em Porto Alegre (RS) e estudou direito, mas não concluiu o curso para abraçar a carreira de ator. Participou de peças e de várias produções cinematográficas.
“O João era um amigo caloroso e profissional excepcional. Apostava em gente nova, em começo de carreira. Eu o via como meu segundo pai”, afirma Felipe.
João morreu aos 59 anos. Deixa a esposa. A causa da morte não foi divulgada.
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