Descrição de chapéu Coronavírus

SP vai distribuir 1 milhão de cestas básicas a famílias pobres durante pandemia

Doria classificou como ruptura democrática possível medida do governo federal contra isolamento

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São Paulo

O governo de São Paulo vai criar um programa de distribuição de 1 milhão de cestas básicas para famílias de baixa renda durante a pandemia do novo coronavírus.

O anúncio deve ser feito nesta terça-feira (7). Sem dizer quantas famílias vai atender, o governador João Doria (PSDB) afirmou, em entrevista à rádio Jovem Pan, que as cestas básicas terão “componentes proteicos e nutricionais para garantir a alimentação de uma família de até quatro pessoas durante 30 dias”.

A distribuição já deve começar na próxima semana. “Este é nosso esforço prioritário. A proteção social àqueles que estão desempregados, desamparados, desvalidos, aos que estão em situação de rua, e proteger a saúde”, afirmou.

Embora tenha dito que “tudo o que nós não precisamos aqui é estabelecer e alimentar antagonismos”, Doria voltou a se contrapor ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que tem criticado medidas estaduais e municipais, como as feitas por São Paulo, de fechamento de comércios e interrupção de atividades não essenciais a fim de conter a disseminação da Covid-19 —que, até a noite desta segunda (6), já deixou pelo menos 553 vítimas no país, sendo 304 em São Paulo.

"Não é razoável que o mundo todo esteja adotando um caminho, seguindo a orientação da Organização Mundial da Saúde, e só aqui no Brasil o presidente Jair Bolsonaro tem uma visão distinta e um comportamento completamente distinto, orientando as pessoas exatamente no caminho contrário. Aliás, se contrapondo ao próprio ministro da Saúde e às orientações corretamente dadas pelo Ministério da Saúde."

Questionado se o estado de SP desobedeceria uma possível ordem do governo federal para diminuir o isolamento social, o governador afirmou que seria a União quem "estaria desobedecendo o pacto federativo. O Brasil é uma federação de estados, isso está na Constituição" e chamou a medida de autoritária e de um erro crasso.

"O entendimento estabelece a possibilidade de realizar aquilo que é bom para cada estado e seus habitantes", afirmou, dizendo que uma medida dessas provocaria "uma ruptura institucional no país, é tudo o que não precisamos".

"É só o que faltava. Uma ruptura institucional de uma disputa promovida pelo governo federal com 25 estados brasileiros [que mantém medidas de isolamento e fechamento de comércios] que defendem a obediência ao pacto federativo e à saúde das pessoas", disse.

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