Câmara de SP aprova CPI para apurar violência contra transexuais

Pedido é da vereadora Erika Hilton e deve ser aprovado nesta terça

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São Paulo

A Câmara de São Paulo aprovou nesta terça-feira (23) CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar violência contra pessoas transexuais.

O requerimento foi feito pela vereadora Erika Hilton (PSOL), que presidirá a comissão. A Casa tem três CPIs por vez. As outras duas, já aprovadas, investigarão aplicativos de transporte e maus-tratos contra animais.

O requerimento de Hilton cita o caso de Lorena Muniz, transexual que veio a São Paulo colocar próteses mamárias e morreu. "Ela, porém, acabou morrendo após ter sido abandonada sedada na sala de cirurgia inalando fumaça enquanto um incêndio atingia a clínica", diz o texto. "Lorena foi mais uma vítima da violência de gênero que afeta pessoas trans e travestis e do descaso do Estado nos cuidados da saúde específica dessas pessoas".

Além da CPI, Hilton e a deputada estadual Erica Malunguinho entraram com representação conjunta no Ministério Público solicitando investigação.

O requerimento acontece também pouco depois da própria vereadora, que é transexual, registrar um boletim por ameaça dentro da Câmara Municipal de São Paulo. Ela teve a segurança reforçada depois do episódio.

Integrantes de mandatos coletivos na Câmara, Samara Sosthenes, da bancada Quilombo Periférico, e Carolina Iara, da Bancada Feminista, também trans, foram alvos de ataques. Como não existe ainda uma regulamentação federal sobre as candidaturas, a Casa ainda estuda uma forma de dar segurança a elas, possivelmente fazendo escolta no trajeto até a Câmara.

"No tocante à violência de gênero, o dossiê publicado pela Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais) em 2020 aponta o Brasil como o país que mais mata travestis e transexuais no mundo. O Estado de São Paulo aparece como o que mais matou essa população, totalizando 51 mortes", diz o requerimento, ressaltando a necessidade de mapeamento mais preciso, diante da grande subnotificação de casos.

Vereadora Erika Hilton, que entrou com pedido de CPI para apurar violência contra trans
Vereadora Erika Hilton, que entrou com pedido de CPI para apurar violência contra trans - Karime Xavier/Folhapress
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