Paes afirma que resultado de operação não é normal, mas critica limites impostos por STF

'Que se danem os radicais que defendem bandidos e os que acham que as forças policiais podem sair matando', disse o prefeito do Rio

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Rio de Janeiro

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), criticou nesta sexta-feira (7) a política de segurança do governo estadual após a operação policial que matou 25 pessoas na favela do Jacarezinho, na zona norte da cidade.

Ao mesmo tempo, Paes criticou a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que impôs limites para a realização de operações policiais em favelas do estado.

“De um lado a população elege um sujeito que diz que dar um tiro na cabecinha é algo absolutamente normal. De outro lado há decisões da corte mais alta do país que proíbe o estado de exercer o monopólio da força em determinadas áreas da cidade. São duas visões absolutamente radicais”, disse Paes.

Num discurso de 25 minutos sobre o episódio, Paes afirmou que o resultado da operação “é fruto de políticas de segurança pública inexistentes e equivocadas que colocam os policiais permanente em risco e permitem que setores marginais tomem conta de uma parte da cidade”.

“Se a reação à operação de ontem for tão radical quanto à operação de ontem, nós vamos viver esse pêndulo terrível que vitimam essas pessoas que moram nas comunidades. Um dia o estado entra de maneira violenta, e em outra os criminosos dominam aquele território de maneira muito violenta também”, afirmou Paes, ao fim da divulgação do boletim epidemiológico da cidade em meio à pandemia.

Assim como a Polícia Civil, Paes afirmou que a decisão do STF acabou por fortalecer o domínio territorial das facções criminosas.

“Faço política nessa cidade há 30 anos. Nunca vi nada parecido, sob ponto de vista de domínio territorial do poder paralelo, o que eu vi na campanha eleitoral em 2020 e agora como prefeito”, afirmou ele, que disse ter cancelado uma visita à favela Vila Aliança no último sábado (1º) em razão de problemas de segurança.

Paes aproveitou para defender a reabertura das escolas municipais em meio à pandemia como uma forma de presença do estado além da polícia nestas áreas. As crianças do Jacarezinho são atendidas por 18 escolas, segundo o prefeito.

“Por que a escola tem que abrir? Porque as crianças do Jacarezinho estão há um ano e meio sem ter aulas. Tem presença mais importante do estado do que dar aula? Do que alimentar numa escola municipal? Não tem. Quando a gente força a mão, estica a corda para voltar às aulas, é por isso”, disse ele.

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