Muitas cidades do Rio Grande do Sul amanheceram nesta sexta-feira (20) com céu de coloração marrom e ar denso por causa da fumaça provocada por queimadas que estão ocorrendo no Sul da Amazônia, no Centro-Oeste e em países vizinhos, como Paraguai, Bolívia e norte da Argentina.

O fenômeno foi observado principalmente na região norte do estado e, apesar de ter chamado atenção dos moradores, é comum nesta época do ano de clima mais seco, de acordo com o serviço de meteorologia MetSul.

A massa de ar quente que cobre o Centro e o Norte da América do Sul está favorecendo um elevado número de incêndios em todo o continente. A situação é particularmente grave no Paraguai onde, por causa das temperaturas que ultrapassam os 40º C há vários dias, muitos focos de calor estão sendo registrados nas regiões central e meridional do país.

“Pela proximidade do Rio Grande do Sul e a trajetória do vento em altitude, acaba tendo grande impacto na presença de fumaça sobre o território gaúcho”, explicou o meteorologista Luiz Fernando Nachtigall.

A fumaça vinda do Paraguai foi reforçada pelos ventos que sopram da região sul da Amazônia e que trazem ar denso causado pelos incêndios que estão ocorrendo também na Bolívia, no nordeste da Argentina, e parte do Centro-Oeste brasileiro.

Nos próximos dias, o fluxo de fumaça deve continuar cobrindo parte do Rio Grande do Sul, mas num movimento de descida do noroeste para o sudeste. Já a frente fria que chegou ao estado nesta sexta deve começar a recuar para o Uruguai e o sul gaúcho no fim de semana.

Em cidades onde é prevista chuva, o MetSul não descarta a possibilidade de ocorrer “chuva preta” com a precipitação do material particulado das queimadas junto com a água da chuva. Nos últimos anos, há registros de precipitações escuras em cidades do Sul e do Sudeste do Brasil provocadas pela fumaça.