De severo José Antônio só tinha o sobrenome. Uma das referências no jornalismo brasileiro, também era grande em generosidade.
“Quantas vezes ele disse que não pegaria determinado trabalho para passar a outra pessoa que precisava trabalhar. Ele pensava muito nos outros”, conta a cantora Celia Mazzei, sua esposa.
Para Celia, José era “o maior amigo e companheiro de todas as pessoas”. Além da bondade, o sorriso e a alegria também eram marca registrada.
Além disso, José também sempre demonstrou competência, dedicação e inteligência. Em seus trabalhos, não cansava de se reinventar e de inspirar os outros.
Poucas horas antes de ser submetido à cirurgia que culminou com a sua morte, escreveu um artigo. Ele morreu no dia 24 de setembro, aos 78 anos, após sofrer uma parada cardíaca durante o procedimento.
Historiador, sabia na ponta da língua a história do país pelo qual era apaixonado. Além de história, era especialista em economia e política, segundo a esposa.
José estava casado com Celia há 37 anos. Os dois não tiveram filhos. A mulher e a irmã gêmea Celma são cantoras. Muitas vezes, José ajudou a dupla de artistas nas pesquisas para a escolha do repertório. “O vácuo que ele deixa na minha vida é impressionante”.
Natural de Caçapava do Sul (RS), José destacou-se como diretor do jornal Folha da Manhã (já extinto), em Porto Alegre, foi editor-executivo da revista Exame, editor e diretor da Gazeta Mercantil, e teve passagens pela reportagem dos jornais O Estado de S. Paulo e O Globo e das revistas Realidade e Veja.
José atuou como diretor de jornalismo da rede Bandeirantes por duas vezes, segundo Celia. Ainda na TV, foi editor-chefe do Jornal da Globo, esteve na bancada do programa Crítica & Autocrítica, da rede Bandeirantes, e como âncora do programa Primeira Página, da TV Nacional de Brasília. Recentemente, colaborou com o site Os Divergentes.
Jornalista, escritor, roteirista e produtor cinematográfico, José ganhou dois Kikitos no Festival de Gramado com o longa-metragem “Os Senhores da Guerra”, cujo livro também é de sua autoria, e escreveu uma minissérie para a TV Cultura, que será lançada nos 200 anos da independência.
José também deixa as obras “Cem Anos de Guerra no Continente Americano”, “General Osório e seu Tempo”, “Rios de Sangue e Cinzas do Sul”.
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