Agência investiga se ônibus que tombou em SP fazia viagem irregular

Coletivo não tinha autorização para sair do estado; seis pessoas morreram, entre elas a filha do motorista, de 8 anos

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Rio de Janeiro

A Artesp (Agência Reguladora de Transportes do Estado de São Paulo) investiga se o ônibus que tombou neste sábado (13) na rodovia Oswaldo Cruz, em acidente que deixou seis mortos, teria como destino a cidade de Paraty, no litoral sul do Rio de Janeiro.

Neste caso, a viagem seria irregular, já que o veículo não está autorizado pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) a realizar viagens interestaduais. O ônibus saiu de São Paulo e informou que o destino era Ubatuba, mas a Artesp diz que iria para Paraty.

Os seis mortos no acidente foram identificados pela Andreatur, empresa dona do coletivo. Uma delas era filha do motorista, Edson Santana Sabino, que afretou o veículo para realizar o passeio. Ao todo, o ônibus levava 67 pessoas.

Um acidente com um ônibus que tombou na altura do km 75 da rodovia Oswaldo Cruz, na região de São Luiz do Paraitinga (SP), provocou pelo menos cinco mortes na manhã deste sábado (13), conforme informações do Corpo de Bombeiros
Ônibus da Andreatur tombado no local do acidente que deixou seis mortos na região de São Luiz do Paraitinga (SP). - Corpo de Bombeiros/PMESP

De acordo com a Andreatur, as vítimas são Ana Julia Souza Santos, 8, a filha do motorista, Felipe Ramiro dos Santos, 24, Adimilson Ferreira dos Santos, 41, Solange Santana Novaes, 47, João dos Santos Leite, 60, e Marizete Venâncio, cuja idade ainda não foi divulgada.

Em nota, a Artesp disse que, como o destino final era Paraty, a fiscalização é responsabilidade da ANTT. A ANTT afirmou que o veículo não tinha autorização para realizar viagens interestaduais. A Andreatur nega que o veículo deixaria o estado de São Paulo.

O acidente ocorreu na altura do quilômetro 75 da rodovia Oswaldo Cruz, em São Luiz do Paraitinga. O ônibus também não poderia estar naquele trecho, segundo o DER (Departamento de Estradas e Rodagem de São Paulo), já que se trata de um trecho de serra com restrições ao tráfego de coletivos.

Sobreviventes disseram ao G1 que o motorista chegou a ser avisado por agentes do DER e fez o retorno para voltar. O acidente ocorreu logo depois. Uma das testemunhas diz que ele tentou desviar de um carro que vinha na contramão.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, cinco pessoas morreram no local do acidente. A sexta vítima foi encaminhada a um hospital mas não resistiu. Outros 48 passageiros ficaram feridos e foram encaminhados para atendimento médico em instituições da região.

A Andreatur diz que está prestando toda a assistência às vítimas. Ainda no sábado, afirma, contratou um ônibus para o retorno dos sobreviventes sem ferimentos a São Paulo. Neste domingo, outro coletivo será deslocado à região para o transporte dos que ainda estão no hospital.

"Transcorrido este período de choque a empresa disponibilizará todo suporte técnico e jurídico para trâmite com a seguradora", afirmou.

A Artesp disse que vai notificar a empresa "para esclarecimentos sobre o não cumprimento do comunicado de viagem".

"A ANTT se solidariza com as famílias das vítimas desse triste acidente", disse a agência. "Informamos que o veículo acidentado neste sábado (13) se encontra inativo no sistema da agência e não estava autorizado a fazer viagem interestadual."

A agência disse ainda que "trabalha diuturnamente fiscalizando o transporte interestadual remunerado de passageiros em todo o país, para dar segurança à população e evitar a circulação do transporte clandestino".

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