Professor, jornalista, cineasta, roteirista, produtor, dirigente de sindicato. A lista de profissões do mineiro Franco Groia era tão extensa quanto a das causas pelas quais militava.
Groia transformava tanto as dificuldades como as paixões em motivos para lutar por melhorias e mais direitos. Por isso, era conhecido nos mais diversos setores de Juiz de Fora, onde nasceu e viveu a vida toda.
Formado em comunicação social pela UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora), Groia conseguiu conciliar as paixões pelo jornalismo, cinema e educação. "Nem eu sei como ele dava conta de tudo, ele abraçava tudo e fazia com muito amor. Acho que o segredo é que não tinha medo de nada, de errar ou fracassar. Por isso dava o seu melhor", conta a esposa Lilian Costa.
Groia deu aulas de comunicação no ensino superior e também atuou na produção cinematográfica, tendo criado sua própria produtora para que pudesse também dar cursos na área audiovisual.
Com grande interesse pelo cinema nacional, Groia foi um dos criadores do Primeiro Plano, festival de Juiz de Fora, que desde 2002 prestigia filmes produzidos pela nova geração de diretores do país. Também criou um portal para contar a história do cinema brasileiro.
Não foi só pela divulgação audiovisual que lutou. Portador de deficiência física, Groia se empenhou para aprovação de leis municipais que garantissem melhoras na acessibilidade da cidade. Por sua atuação, se tornou membro do Coletivo Nacional dos Trabalhadores com Deficiência, da CUT (Central Única dos Trabalhadores).
"Ele não desistia de nenhuma batalha, estava sempre envolvido politicamente porque tinha um senso democrático muito forte. Era muito inteligente, tanto que mesmo seus adversários políticos o admiravam e respeitavam", conta Costa.
Ele foi ainda secretário de cultura do PT (Partido dos Trabalhadores) de Juiz de Fora e diretor do Sinpro (Sindicato dos Professores) da cidade.
Groia morreu em 29 de dezembro, aos 48 anos, após complicações causadas por uma pneumonia. Ele deixa a esposa, com quem era casado há 13 anos.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.