Descrição de chapéu Obituário Carlos Alberto Vittorio de Santana (1955 - 2022)

Mortes: Superou timidez com carreira na comunicação

Carlos Alberto Santana transitou pelo rádio, pela escrita e pela política

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Salvador

Carlos Alberto Santana tinha como marca pessoal a introspecção, mas, por ironia da vida, foi no mundo da comunicação que construiu uma longa carreira profissional, em Salvador, como locutor, radialista, jornalista e escritor.

Com uma voz apropriada para os microfones, passou da gravação de peças institucionais nos Estúdios WR à locução no rádio, em emissoras como Cruzeiro, Cultura, Itaparica e A Tarde FM –onde implantou e coordenou o núcleo de jornalismo.

Enveredou-se também pelo segmento institucional como coordenador de rádio da Secretaria de Comunicação na gestão do ex-prefeito Antônio Imbassahy (1997-2004), além de ter atuado em diversas campanhas e mandatos políticos.

Carlos Alberto Vittorio de Santana (1955-2022)
Carlos Alberto Vittorio de Santana (1955-2022) - Roberto Coelho

Escreveu o livro "20 Contos e Meio – Pequenas Tragédias e Algum Romance", uma coletânea de histórias sobre personagens reais que conhecia dos habitats onde se sentia mais à vontade: bares de Salvador, Arembepe e colônias de pescadores.

O gosto pela escrita começou no Grupo Escolar Julieta Vilas Boas, onde estudou com a escritora Celiana Santos. "[Santana] foi quem me iniciou no mágico mundo dos gibis de Walt Disney. Fiquei tão ‘viciada’ que lá em casa parecia um sebo", recorda ela.

Santana também espalhou o gosto por música. Nos anos 1970, era o "fornecedor" de LPs da servidora pública Sílvia Assis, que batia ponto semanalmente na rádio Cultura em busca de novidades musicais.

"Com os discos emprestados, eu gravava fitas cassetes e vendia aos colegas de escola", lembra Sílvia.

Santana tinha ainda como traço o humor ácido, exposto no blog que mantinha desde 2005. Na última postagem, em novembro de 2021, fez troça da própria condição: "um tumor na região da orofaringe que, por tabelinha e pura diversão, me atingiu a base da língua".

"Não dá mais pra invocar o VAR, numa tentativa de driblar um destino construído com muito esforço à base de noites mal dormidas, conhaques, cervejas, vinhos, vodkas, cigarros e, de vez em quando, uma comidinha pra quebrar a rotina", escreveu.

Companheiro de letras, goladas e tragadas, o jornalista Alexandre Santos, primo de segundo grau de Santana, diz que ele se esquivava da "culpa" de tê-lo influenciado na escolha da profissão. "Eu ficava fascinado com a caligrafia dele, que levava muitas revistas para casa", conta.

Nos últimos tempos, por causa da quimioterapia na garganta, se comunicava apenas pela escrita. "Uma ironia do destino, que lhe tirou um dos bens mais preciosos, a voz", lamenta a primogênita dos quatro filhos do comunicólogo, Vanessa Santana.

Caçula dos quatro filhos de Helenita com Rufino, Santana nasceu em 3 de maio de 1955, na cidade de Terra Nova, Recôncavo Baiano. Morreu no último dia 8, em Lauro de Freitas, região metropolitana de Salvador, onde foi sepultado. Além de quatro filhos, deixou sete netos e a viúva, Edna.

​​coluna.obituario@grupofolha.com.br

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