Descrição de chapéu LGBTQIA+

Jornalistas dizem que sofreram homofobia em boate em Petrópolis (RJ)

Em rede social, casa noturna afirma repudiar qualquer ato de intolerância, opressão e violência

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Rio de Janeiro

O jornalista Lucas Alberguine, 20, diz que ele e um amigo, o também jornalista Vitor Mattos, 26, foram agredidos na madrugada da última sexta-feira (24) em uma casa noturna no bairro de Bingen, em Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro. Eles atribuem a agressão à homofobia.

Lucas diz que, por volta das 2h30, estavam na pista da boate quando Vitor saiu para comprar uma bebida. Ele afirma que, quando ficou sozinho, foi empurrado por outros frequentadores e que, por isso, decidiu ir para a saída da pista.

Homem mostra mão com arranhão
Jornalista mostra arranhões na mão e diz que foi agredido por seguranças de uma boate de Petrópolis, na última sexta-feira (24) - Reprodução

Preocupado, Vitor o encontrou e começou a questioná-lo num tom de voz alto sobre o que tinha acontecido. Segundo Lucas, seguranças teriam achado que os dois estavam brigando e decidiram expulsá-los da boate de forma truculenta. Nesse momento, as agressões teriam começado.

"Fomos empurrados para fora, e eu sem entender o que tinha acontecido. Aí eu comecei a ser perseguido por dois seguranças em um lado e o meu amigo, no outro lado", diz Lucas.

"Um deles conseguiu me alcançar e dava uma série de golpes nas minhas costas. Ele me arremessou em uma poça de lama. Quando eu me levantei para tentar fugir, ele veio com mais uma série de socos nas minhas costas."

Segundo o jornalista, o segurança teria batido sua cabeça contra a parede e, logo depois, confiscado sua bolsa. Ao pedir para ter o objeto de volta, o segurança teria dito que, se Lucas voltasse ao estabelecimento, iria "enchê-lo de porrada".

Vitor diz que tentou voltar para a boate para buscar a bolsa do amigo, mas que teria sido alvo de outras agressões. "A recepcionista deu três estaladinhas com o dedo e chamou os seguranças. Eles me agrediram, me jogaram no chão e em cima de umas motos", diz ele.

A Folha entrou em contato com a casa noturna por email, mensagem de WhatsApp e ligação telefônica, mas não recebeu resposta até o fechamento desta reportagem.

Em nota publicada em uma rede social, o estabelecimento diz que repudia todo e qualquer ato de intolerância, opressão e violência. "A casa busca proporcionar a seus clientes entretenimento e diversão com segurança, tendo como valores o respeito e a ética."

Os jornalistas registraram boletim de ocorrência por lesão corporal e devem fazer exame de corpo de delito ainda nesta semana.

Ambos dizem que as agressões foram motivadas por homofobia. "Se a gente fosse alto, tivesse postura de lutador, eles não agiriam dessa forma", diz Lucas.

Vitor faz coro à opinião do amigo. "Eu sou super original com roupa. Gosto de usar uns acessórios e adereços. No dia, estava com um blazer branco, bem chamativo, e com uma echarpe rosa com vários outros tons da bandeira LGBTQIA+. Acredito que se fosse outra pessoa, com outra vestimenta e outra postura, o tratamento teria sido completamente diferente", diz o jornalista. ​

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