Chegar aos 105 anos é para poucos. Maria Herminia D’Angelo Straube foi premiada. Assistiu à história de um século e amou cada dia de sua vida.
Segundo a jornalista Ana Maria Straube, 40, sua neta, a saúde e a vitalidade de Maria Herminia foram conquistadas com caminhadas diárias pelas ruas de Mogi das Cruzes (região metropolitana de São Paulo), onde morou após casada, além de peregrinações pelas igrejas no centro velho paulistano. Lá, passou parte da infância e da adolescência.
Natural de Cruzeiro (a 227 km da capital), Maria Herminia era filha de um italiano nascido em uma cidade perto de Salerno e de uma descendente.
Na capital paulista, morou em Perdizes (zona oeste) e na avenida Angélica (região central). O colégio que estudou, Santa Marcelina, existe até hoje.
Aos sete anos, por decisão do pai, passou curta temporada em Salerno com a família, mas logo todos retornaram ao Brasil.
Na juventude, graças a um tio, conheceu o médico Nelson Straube. Casaram-se na Igreja do largo Santa Cecília e decidiram morar em Mogi das Cruzes. Da união, que durou mais de 60 anos, nasceram três filhos.
Maria Herminia administrou sua casa de forma exemplar. As refeições, a limpeza e organização estavam sempre perfeitas. Os vários cadernos de anotações a ajudavam a não repetir as mensagens e os presentes de Natal. Ali também havia contas, receitas e atas das reuniões do Clube de Mães —iniciativa de Lucy Montoro—, do qual participava.
Avó de riso fácil, falante e moderna, Maria Herminia gostava de vestir-se de forma impecável. Preferia calça comprida e camisa. Divertida e bem-humorada, ria de tudo. Ao mesmo tempo, era muito preocupada com todos.
Desde 2017, Maria Herminia morava com a filha. "Ela era apegada à vida. Como exemplo para nós ficam a resiliência e o amor à vida."
Maria Herminia morreu no dia 3 de junho, aos 105 anos, por complicações de uma pneumonia. Viúva, deixa duas filhas, seis netos e 17 bisnetos.
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