A paixão pela medicina e pelo ciclismo marcou a vida do pediatra Mario Maia Bracco.
Formado pela PUC (Pontifícia Universidade Católica) de Sorocaba, com mestrado pela Universidade Estadual de Campinas e doutorado na Unifesp, Mario encarava a medicina como missão e não cobrava pelos atendimentos. Para ganhar dinheiro, realizava pesquisas científicas e consultorias.
O primeiro emprego foi no Centro Assistencial Cruz de Malta, no qual permaneceu por 25 anos. No local, estruturou o serviço de atendimento das comunidades do Jabaquara (zona sul da capital paulista).
Pela entidade, também visitava a casa das pessoas, e sempre deixava uma palavra positiva.
"Ele tinha um dom especial com os menos favorecidos e uma predileção por eles. Foi isso que me conquistou", diz a jornalista Ludmila Bernardo, 58, sua mulher.
Ele desenvolveu um projeto de erradicação da anemia das crianças ribeirinhas do rio Amazonas e ganhou um prêmio pelo feito. Em seu currículo ainda constam passagens como professor na Unisa, pesquisador no Cejam (Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim) e médico de programas governamentais no Hospital Israelita Albert Einstein.
Nos últimos anos, estudou doenças crônicas para gerenciar a saúde dos pais e dos sogros. Na pandemia da Covid-19, cuidou da família, dos amigos, dos empregados do condomínio onde morava e dos funcionários da padaria que ia com frequência.
Desapegado de bens materiais, valorizava a saúde, a família, os amigos, a simplicidade e a natureza. Esportista e fã de aventuras, era querido em qualquer roda e uma pessoa de muita fé. A bike o acompanhava diariamente, seja como meio de transporte, seja como parceira nas viagens e trilhas.
Ao lado de Ludmila, gostava de viajar de carro pela América Latina. O casal se conheceu em 1999 e se casou dois anos depois, com direito a três festas.
Mario morreu dia 11 de junho, aos 62 anos, enquanto fazia uma trilha na Serra do Japi, de bike. Sentiu-se mal, desmaiou e não acordou mais.
Ele deixa a esposa Ludmila, os filhos Eduardo e Renata, a nora Alexandra, os pais Attilio e Dayse, os irmãos Attilio e Silvia, os cunhados Giba e Mari, sobrinhos e um neto a caminho.
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