Descrição de chapéu Mobilidade transporte público

Escavação da linha laranja do metrô será retomada 6 meses após cratera

Governo de SP estima que tatuzão voltará a funcionar até o fim de agosto; rompimento de tubulação abriu buraco na marginal Tietê em fevereiro

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

A escavação da linha 6-laranja do metrô, sentido centro de São Paulo, deverá ser retomada até o fim de agosto, mais de seis meses depois do acidente que rompeu uma tubulação de esgoto e abriu uma cratera na marginal Tietê.

O anúncio foi feito na manhã desta quinta-feira (21) pelo governador Rodrigo Garcia (PSDB), durante visita as obras da futura estação Santa Marina, próxima ao local do acidente e a mais adiantada das 15 que vão compor a linha que ligará a zona norte da capital ao centro.

O acidente com um dos tatuzões da obra, como são chamadas a tuneladoras que fazem as escavações, ocorreu em 1º de fevereiro passado e provocou um buraco no asfalto, na região da ponte da Freguesia do Ó.

Campo de obra
Obras da linha 6-laranja do metrô de São Paulo, durante anúncio de cronograma de escavação nesta quinta (21) - Rivaldo Gomes/Folhapress

A expectativa, segundo o governo, é que a outra tuneladora, sentido zona norte, comece a operar até o início de novembro.

Tanto Rodrigo Garcia quanto representantes da Acciona, responsável pela obra, repetiram que esperam não ter atrasos na construção da linha, com previsão de inauguração em 2025.

"Nestes seis focamos em recuperar estruturas, na esgotamento do esgoto para tirar a máquina [que ficou alagada] e começar a recuperação", disse Lúcio Matteucci, diretor adjunto da Acciona.

"Chegando todos os materiais que estão faltando, que são importados, retomamos a escavação sentido sul", completou.

Por causa do alagamento provocado pelo rompimento da tubulação, estão sendo feitos reparos ou troca de peças eletrônicas, hidráulicas e metálicas do tatuzão.

A obra tem dois tatuzões que estão parados por causa do rompimento da tubulação. O que se envolveu no acidente tinha previsão de perfurar de 13 a 14 metros por dia, sentido centro. O outro, que também precisou passar por reparos, deve percorrer entre 8 e 9 metros por dia em direção à zona norte.

Ao todo, o equipamento afetado deverá escavar um trecho de dez quilômetros, possibilitando o acesso a uma dezena de estações. A previsão para a conclusão desta fase da obra era de 17 meses, quando a tuneladora começou a operar às vésperas do Natal do ano passado.

"Ele [tatuzão] estaria nas estações mais à frente, mas esperamos que com a chegada do material e com alguns incrementos que estamos fazendo, ir pouco a pouco recuperar o tempo perdido", disse o executivo da empresa espanhola quando questionado sobre até onde a escavação poderia ter sido feita, caso o acidente não tivesse ocorrido.

Rodrigo Garcia disse que o governo ainda espera o laudo do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) para saber o que provocou o acidente.

"Todos os órgãos de Estado e de controle estão acompanhando a investigação. Com toda a celeridade possível vamos concluir isso no tempo certo", afirmou o governador . "Temos pressa que as obras continuem no seu cronograma, sem esquecer o que houve para avaliar a responsabilidade", disse Garcia.

O custo a mais por causa do acidente não foi informado pelo governo e pela empreiteira, que faz parte da Linha Uni, responsável pela PPP (Parceria Público Privada) de construção e gerenciamento da linha. O contrato está orçado em R$ 15 bilhões.

Segundo o governador, até agora a concessionária arcou com os custos por causa do acidente e se ao final da investigação, houver alguma responsabilização por parte do Estado ou da empresa, gatilhos de contrato serão acionados com objetivo de reparação de danos.

Inicialmente, a linha 6 foi prometida para 2013. As obras foram retomadas em outubro de 2020 após quatro anos paradas.

A expectativa é que cerca de 600 mil pessoas usem a linha todos os dias.

Como foi a abertura da cratera

O surgimento do buraco causou transtornos. As pistas local e central, no sentido rodovia Ayrton Senna, tiveram de interditadas para veículos e a prefeitura chegou a abrir um caminho alternativo em terrenos particulares. O trânsito foi totalmente liberado em 22 de março.

No dia do acidente, o secretário dos Transportes Metropolitanos, Paulo Galli, apontou o rompimento de uma galeria de esgoto como o motivo do alagamento e da abertura da cratera.

Galli disse também que a tuneladora passava três metros abaixo dessa galeria. Portanto, segundo ele, não houve um choque entre o equipamento e a tubulação de esgoto.

O esgoto inundou o poço de ventilação da obra e fez ceder parte do asfalto da pista local da marginal, entre as pontes do Piqueri e da Freguesia do Ó.

A cratera foi preenchida com 4.000 m³ de concreto, o equivalente a 650 caminhões betoneira. Além disso, foram despejados 12 mil m³ de pedras no poço de ventilação da linha 6-laranja, o que corresponde a 1.200 caminhões basculantes.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.