As duas faixas da pista local da marginal Tietê, que ainda estão interditadas por causa da abertura de uma cratera ao lado de uma obra da linha 6-laranja do metrô, serão liberadas nesta sexta-feira (25), segundo a Secretaria de Transportes Metropolitanos.
A liberação para o trânsito, no sentido rodovia Ayrton Senna, está marcada para as 17h, de acordo com a pasta da gestão João Doria (PSDB), depois da recuperação do asfalto no local e da finalização da drenagem da saída de emergência dos túneis da linha 6.
Inicialmente, a previsão da prefeitura era que a pista local permanecesse interditada ao menos até 31 de março.
Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), cerca de 420 mil veículos por dia passam pelo trecho onde ocorreu o acidente na marginal Tietê.
A interdição ocorreu na manha do dia 1º de fevereiro, quando foi detectado um vazamento na tubulação de esgoto, que logo se transformou em um rompimento, levando à abertura de uma cratera. A pista central ficou interditada por 48 horas.
Em um primeiro momento, o buraco tomou conta apenas da primeira faixa da pista local da marginal Tietê. Durante o dia, a cratera aumentou de tamanho e, por volta das 18h, já atingia três faixas da pista local.
O rompimento da tubulação de esgoto ocorreu quando o tatuzão, equipamento responsável pela escavação dos túneis do metrô, passava cerca de três metros abaixo. O esgoto inundou o poço de ventilação da obra e fez ceder parte do asfalto da pista local da marginal, entre as pontes do Piqueri e da Freguesia do Ó.
Para tentar amenizar os problemas com o trânsito, no dia 7 de fevereiro a prefeitura abriu um desvio e criou uma rota alternativa de 200 metros para os veículos que precisavam passar pelo trecho interditado na pista local. A rota alternativa será desativada segundo a CET.
As obras emergenciais de trânsito começaram após a publicação de um decreto que pede a requisição administrativa de três imóveis para o prolongamento da rua Aquinos, na Água Branca (zona oeste), paralela ao local do acidente.
Na época, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) afirmou que os imóveis requeridos para o desvio seriam devolvidos aos proprietários quando a pista local fosse liberada ao trânsito.
De acordo com a CET, a rua Cenno Sbrighi terá a mão única mantida até a rua Vladimir Herzog. Equipes da companhia vão monitorar o trânsito no local.
No local do acidente foram instalados nesta quinta-feira cerca de 200 metros de tapumes para evitar que a curiosidade de motoristas cause lentidão no fluxo de veículos. Os governos estadual e municipal não disseram se parte das proteções será mantida.
Em nota, a Secretaria de Transportes Metropolitanos disse que, nos próximos dias, a concessionária Acciona, responsável pela linha 6, fará uma limpeza profunda nos poços e túneis e dará início às análises das condições das tuneladoras.
Com 15 quilômetros de extensão, a linha terá 15 estações e irá ligar a Brasilândia, na zona norte, à estação São Joaquim, na região central. A expectativa é que sejam transportadas cerca de 630 mil pessoas por dia. Por passar perto de grandes instituições de ensino superior na capital, ficou conhecida como linha universitária.
O governo não informou se há expectativa de quando a obra será retomada e se vai haver atrasos. A previsão é que a linha seja entregue em 2025.
O anúncio da linha 6-laranja do metrô é de 2008, ainda na gestão de José Serra (PSDB) e um ano depois de um desabamento na linha 4-amarela ter aberto uma cratera e matado sete pessoas em Pinheiros.
A promessa inicial para a linha 6 era entregá-la em 2012 para operação, o que não ocorreu.
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