Empresária leva tapa de PM em Goiás; policial é afastado

Vítima diz que sofreu violência do PM depois de ser impedida de gravar a prisão do marido dela

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Goiânia

Um policial militar de Goiás foi afastado das ruas depois de ser filmado dando tapa no rosto de uma empresária em Anápolis, a 55 km de Goiânia. A mulher disse à reportagem que sofreu violência do PM depois de ser impedida de gravar a prisão do marido dela.

O casal se envolveu na confusão assim que chegou ao Ceasa da cidade para cobrar dívida de cerca de R$ 20 mil. À Folha, a mulher, que não quis se identificar, disse que o policial deu um tapa no rosto dela, tão forte, que ela até sentiu o fluxo da própria menstruação.

O caso ocorreu na última segunda-feira (19), mesmo dia em que o PM foi afastado.

imagem em parte ocultada de vídeo em que policial dá tapa em mulher
Flagrante de policial dando tapa em empresária em Anápolis (GO) - Reprodução

O nome e a patente dele não foram divulgados pela Polícia Militar. A reportagem não conseguiu ouvir a defesa dele.

Em nota, a corporação disse que determinou a abertura de um inquérito e que afastou o PM da função operacional, até o final da apuração. "A Polícia Militar reitera que não compactua com nenhum tipo de desvio de conduta e que o caso será apurado com o rigor devido."

A empresária, que afirmou ter estudado gestão em segurança pública, declarou estar revoltada e com sentimento de indignação pelo que chamou de péssima experiência da atuação da polícia. Ela declarou ainda que se sente insegura e fragilizada após o episódio.

Conforme a versão dela, a confusão começou porque o marido dela, que trabalha com a venda de verduras, foi ao Ceasa, no setor sul Jamil Miguel, para cobrar uma dívida. Lá, ele subiu na cabine do caminhão do devedor para cobrá-lo.

O casal afirmou que o devedor resolveu chamar a polícia. A briga se acirrou, e o esposo dela teria resistido a descer do veículo.

De acordo com o relato da empresária, a situação piorou no momento em que ela estava filmando a apreensão do marido. Ela afirmou que o policial, então, tirou o telefone da mão dela e anunciou que ela não poderia filmar.

Ao rebatê-lo, conta a mulher, o policial apagou o vídeo e mandou que ela se retirasse do local. A empresária se negou, dizendo que aguardaria o marido. Na sequência, acrescenta, outros policiais chegaram e a xingaram, mandando que fosse embora, o que novamente ela se recusou a fazer.

Os policiais, segundo a empresária, também fizeram ameaças antes da agressão. Afirmaram, segundo ela, que a prenderiam por desacato caso não saísse do local. Um deles havia dito a ela que ficasse quieta quieta e baixasse a bola, senão o policial "meteria a mão" na cara dela.

A vítima, que disse que queria apenas acompanhar a situação da prisão do marido, resistiu mais uma vez. Disse, ainda, que o PM poderia meter a mão na cara dela, se achasse que era certo, e assim ele o fez.

O marido da empresária foi encaminhado à delegacia e detido. Ele prestou depoimento e foi liberado depois de pagar fiança.

A reportagem não conseguiu localizar o possível devedor, já que o nome dele não foi revelado pela polícia.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.