Vereadores de SP liberam presidente da Câmara para disputar nova reeleição

Mudança permite que o atual titular do cargo, Milton Leite, dispute novo mandato

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São Paulo

Em uma sessão tensa nesta terça-feira (6), a Câmara Municipal de São Paulo aprovou um projeto que permite que o presidente da Casa seja reeleito duas vezes para o cargo —cada mandato dura um ano.

A mudança beneficia exatamente o atual titular do posto, Milton Leite (União Brasil), que pelas regras em vigor não poderia tentar um novo mandato.

Atual presidente da Câmara Municipal de São Paulo, vereador Milton Leite segura um troféu
Atual presidente da Câmara Municipal de São Paulo, vereador Milton Leite deve ser beneficiado para ter um segundo mandato - Afonso Braga - 17.mai.22/Secom

O vereador dirige o Legislativo de São Paulo desde 1º de janeiro 2021 e foi reeleito no final daquele ano para um segundo mandato, que termina no final de 2022.

Como hoje só é permitida uma reeleição, ele não poderia concorrer novamente. A mudança na lei abre a possibilidade dele disputar um terceiro mandato e seguir no cargo até o fim de 2023.

O texto final, agora, será redigido e aprovada pela CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Legislação Participativa) e, posteriormente, será promulgado pela própria Câmara, sem a necessidade de passar pela sanção do prefeito Ricardo Nunes.

Dos 51 vereadores, 9 foram contra a proposta. O texto aprovado nesta terça altera a Lei Orgânica do Município.

A proposta foi inserida como um substitutivo em um projeto de lei, de 2003, e foi ao plenário após acordo no colégio de líderes, nesta terça à tarde. Como este projeto já havia sido votado em primeiro turno, vai agora à sanção do Executivo, sem a necessidade de passar por uma segunda votação.

Durante a sessão, Leite defendeu que o projeto e disse que ele é impessoal. "Não estamos votando para A ou B", falou.

"A minha disposição hoje é encerrar meu mandato e deixar a Câmara em 2024. Até lá o meu compromisso com o povo será honrado. Com 28 anos de mandato, entendo ter feito bom trabalho", disse o presidente, que leu ainda uma carta em que defendeu a democracia.

Em sua declaração de voto, Toninho Vespoli (Psol) disse que, nos corredores da Casa, os demais parlamentares afirmaram que a mudança seria direcionada para beneficiar Leite.

"Nunca vi esta Casa Municipal tão direcionada para aprovar os projetos do governo. Lamentável esse tipo de projeto para satisfazer o gosto do governo, que tem o controle pleno da Câmara", afirmou Vespoli.

O chefe do Legislativo não respondeu ao vereador.

Leite ocupa cadeira de vereador paulistano desde 1997. Antes desta atual gestão, ele presidiu a Casa entre 2017 e 2018 e voltou a ocupar o cargo em 2021. No final do ano passado, Leite levou a melhor diante de Celso Giannazi (PSOL).

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