Descrição de chapéu Obituário Ricardo Gontijo (1944 - 2022)

Mortes: Jornalista, emprestou sua empatia a diversos veículos

Em mais de 50 anos de carreira, Ricardo Gontijo distribuiu sorrisos, acumulou prêmios e eternizou amizades

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São Paulo

Empático e com um sorriso cativante que levava a conversas deliciosas, Ricardo Gontijo foi um repórter apaixonado pelos sons e as emoções das ruas, traduzidos por ele em textos primorosos.

Gontijo nasceu em Belo Horizonte em 4 de fevereiro de 1944, mas fez sua carreira em outras grandes metrópoles do Sudeste.

Na década de 1960, passou por São Paulo e trabalhou na reportagem da revista Manchete, do jornal Diário da Noite e do Jornal da Tarde. Também foi secretário de redação da Folha da Tarde.

Ricardo Gontijo é um homem branco de 78 anos. Ele usa uma camiseta de manga longa em tom verde claro e segura uma taça de champagne.
Ricardo Gontijo (1944-2022) - Arquivo Pessoal

Nos anos 70, partiu para o Rio de Janeiro. Trabalhou em periódicos emblemáticos na imprensa carioca, como o Sol, além de Jornal do Comércio, O Globo, Tribuna da Imprensa, Última Hora e a sucursal desta Folha.

Também foi editor da TV Globo, por onde ainda teria uma segunda passagem nos anos 90, da TV Educativa, e da TV Rio. Em revista, esteve na Exame e na Manchete.

Já experiente, passou a trabalhar em assessorias de empresas do mercado financeiro.

Gontijo venceu duas vezes o Prêmio Esso de Jornalismo, que consagrava os principais trabalhos do país, ambos quando estava no Jornal da Tarde. O primeiro, com Fernando Morais, veio pela série de reportagens Aventura na Transamazônica, de 1970, transformada em livro.

No ano seguinte, 1971, foi agraciado junto ao colega de redação José Maria Mayrink pela reportagem Receita para São Paulo, que propunha mudanças urbanas na capital paulista.

Por onde passou, Gontijo acumulou amigos a admiradores, como Frei Betto, de quem teve a fiel companhia desde a juventude, e o também jornalista Álvaro Caldas, que declarou que, "em sua mineirice, [Gontijo] usava suas habilidades para escrever, cativar amizades, intermináveis papos sobre esquisitices e transgressões humanas, sempre com seu agudo olhar de escritor".

Era apaixonado por longas conversas. Sempre escutava atentamente, mas só aceitava discutir com quem concordava, dizia ele.

Vascaíno dos mais apaixonados e sofredores, Gontijo morou por muitos anos no Flamengo —o bairro. Escolheu o Hotel Paysandu, outrora famoso por abrigar a seleção brasileira, para viver. Mais tarde, migrou para Resende, ainda no estado do Rio.

Mesmo fora das redações, nunca pôde abandonar a escrita e se empenhou, com a mesma avidez que teve como repórter, na literatura.

Ricardo Gontijo morreu, aos 78 anos, no último dia 7 de novembro, após quadro de insuficiência respiratória. Ele deixa os filhos Lucas, Priscila, Leandro e Manuela.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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