Descrição de chapéu Obituário Paulo Roberto Murray (1937 - 2022)

Mortes: Referência na advocacia, também foi servidor público dedicado

Paulo Roberto Murray trabalhou na Junta Comercial do Estado de São Paulo por três décadas

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São Paulo

Inaugurado em 1914, o Parque Balneário Hotel era um dos grandes atrativos turísticos de Santos, no litoral paulista. O local recebeu figuras como um rei da Bélgica e o músico americano Nat King Cole. Também era presença constante um jovem na casa dos vinte anos, que gostava de acompanhar os shows que aconteciam ali nas décadas de 1950 e 1960.

Nascido na cidade em 1937, Paulo Roberto Murray era fã dos concertos da orquestra liderada por seu amigo Ed Costa e cursava direito na Faculdade Católica de Santos. Iniciou sua carreira como estagiário no escritório do advogado Antonio de Pádua Constant Pires, em São Paulo.

Em seguida, foi trabalhar com seu ex-professor Vicente Rao, que havia sido ministro da Justiça de Getúlio Vargas na década de 1930. Aos 28 anos, casou-se com Sonia Regina de Magalhães Padilha, então com 21 anos, em 1965.

Paulo Roberto Murray (1937-2022), segundo à esq., com o filho Alberto Murray, o neto Guilherme e a esposa, Sonia
Paulo Roberto Murray (1937-2022), segundo à esq., com o filho Alberto, o neto Guilherme e a esposa, Sonia - Arquivo pessoal

No fim da década de 1960, começou sua trajetória no escritório Pinheiro Neto Advogados, que foi interrompida de forma inusitada, conta o filho Alberto Murray, 56, após convite para integrar a sociedade.

"Ele disse 'tenho respeito, mas não tenho intenção de ser sócio. Seria fácil construir a carreira e sair, levando os clientes'. Isso fez com que o doutor Pinheiro [sócio do escritório] se tornasse para a vida inteira um grande amigo dele", conta o filho.

Paulo Roberto Murray, então, deu seu nome ao escritório que fundou em 1974, uma das bancas de maior prestígio no direito empresarial. Ajudou ainda a fundar o Centro de Estudos das Sociedades de Advogados, tornando-se um dos poucos conselheiros honorários do grupo.

O trato atencioso com as pessoas, sua marca registrada, levou-o ao setor público. Murray foi servidor da Jucesp (Junta Comercial do Estado de São Paulo) por mais de três décadas, na qual criou postos regionais para facilitar os negócios no interior do estado.

Do cargo inicial de assessor técnico, chegou a vice-presidente, corregedor e presidente do órgão nos governos de Luiz Antônio Fleury Filho e Mário Covas —seu amigo desde a infância em Santos.

Fez questão de acompanhar a família em atividades e eventos esportivos, como nas conquistas dos netos Guilherme, que venceu o sul-americano de esgrima em Montevidéu, em 2012, e João Paulo, campeão brasileiro no mesmo esporte.

Paulo Roberto Murray morreu em 22 de outubro, aos 85 anos, por complicações de uma arritmia cardíaca. Deixa a mulher, Sonia, 78, dois filhos e cinco netos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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